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domingo, 5 de março de 2023

Crónica Cidadania Activa 11 - A (des)preocupação (de)com António Costa

A (des)preocupação (de)com António Costa

A atitude de despreocupação e até de alguma irresponsabilidade que o primeiro ministro de Portugal transmitiu na televisão à entrada para o conselho de ministros, no Algarve, quando  questionado pelos jornalistas sobre a forte contestação a que o governo está a ser sujeito nasmais diversas frentes e sectores, deixou-me, a mim, muito preocupado!

Admira-me, choca-me até que o máximo governante do nosso País, perante a muito difícil situação que estamos a viver, em vez de manifestar a sua preocupação e a vontade de tomar medidas para resolver os graves problemas que estão a afectar os portugueses, desde a saúde, educação passando pela justiça, a habitação, os transportes, a subida contínua e galopante do custo de vida, adopte um discurso aligeirado e bem disposto de desvalorização da crise e daagitação dela resultante.

Talvez animado com o facto dos portugueses, apesar de descontentes com o governo e a sua (des)governação, preferirem que ele cumpra a legislatura até ao fim, o primeiro ministro continua focado na gestão dos fundos comunitários do PRR e preocupado com a comunicação e propaganda dos milhões de euros da “bazuca”, esperando que com o passar do tempo, a contestação abrande ou se esvazie, mesmo sem que as reformas estruturais tão urgentes avancem.

Parece que, agora, a preocupação principal de António Costa já é quase só manter-se no poder até surgir a oportunidade para outros voos!?

Preocupo-me (e, pelos vistos, já também a alguns membros do PS), por isso, com estes sinais de afastamento de António Costa da realidade que estamos a viver e com a incapacidade política e de governação que os mesmos revelam. Aos casos que puseram a nú erros graves no recrutamento de governantes e a descoordenação interna, sucedem-se agora medidas de política mal preparadas e desenhadas, sem rigor e sem reflexão e debate prévios aprofundados no seio das equipas ministeriais.

Depois de ter desistido da esquerda radical após a ter destrunfado e reduzido aos mínimos, António Costa está, agora, a contribuir, com o alimentar do descontentamento e consequente perda de confiança do seu eleitorado de maioria absoluta, para o crescimento exponencial da extrema direita, nomeadamente de quem melhor sabe capitalizar a critica ao sistema político e aos políticos, o Chega.

Finalmente, preocupa-me que o primeiro ministro e secretário geral do PS se tenha apenas rodeado de “yesman”e “yeswomen” e, por esse motivo, não haja ninguém no partido com coragem de o confrontar com os erros e omissões desta governação, a qual tinha todas as condições políticas e económicas para ser um sucesso e trazer um melhor futuro a todos!

Jorge Pulido Valente

03/02/23

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