Vamos falar de


sábado, 29 de julho de 2017

Boletim Municpal nº 45

Avós


"A avó Clementina era uma mulher alta, mas não era altiva. Não dava ordens. Convencia os netos com palavras mornas e todos faziam o que ela queria. Tinha só um dente, bem no meio da boca, o que lhe dava um aspecto cómico e usava o cabelo apanhado num carrapito. E ria, ria muito. Talvez de nervoso, talvez de insegurança, talvez por saber pouco das alegrias da vida. A avó dizia coisas muito engraçadas e por vezes trocava o que queria dizer por palavras completamente desadequadas às situações, como por exemplo dar os parabéns a uma viúva em vez dos pêsames ou chamar a vizinha mais próxima porque tinha um bicho em casa e não sabia muito bem se era cobra ou se era iró. Os serões em casa da avó, à volta da braseira, comendo fatias de ovo, eram a única coisa que amenizava o frio e o cinzento do inverno, que ela detestava. A avó Clementina, por vezes perdia a paciência e quando não nos conseguia acalmar ou nós não lhe obedecíamos, dizia à laia de ameaça velada “Não sejas revenhosa…” Fosse lá o que fosse o significado da palavra, resultava.
Quando eu era miúda, a casa dos tios era o melhor das férias grandes. Ir para a horta regar, ver os animais, brincar e correr em liberdade pelos campos, era uma felicidade. Estar com as primas era tão bom. E havia a avó Inês. A avó Inês era calma, serena, tinha um sorriso encantador e uma voz tão doce. A sua paciência era ilimitada e permitia-nos não ter muitos horários nem muitas regras. Lutadora, em tempos difíceis de privações, criou os filhos sozinha, pois a viuvez veio precoce. Como a avó era muito baixinha, eu sentia-me já grande e muito importante pois estava quase da sua altura. Os jantarinhos feitos na panela de barro e cozinhados lentamente na lareira eram inigualáveis e ainda hoje lembrados quando se fala do passado. A avó Inês foi a melhor contadora de histórias do mundo. À noite, pela fresca do serão ou à luz do candeeiro a petróleo, reuniam-se as primas para ouvir as histórias contadas com a magia da voz da avó. O touro azul, A formiga rabiga e as histórias com príncipes e princesas e palácios faziam as delícias e aguçavam a imaginação e o sonho… E o soninho vinha tranquilo. 
Tenho saudades das Avós…"
Celeste Contente 26/07/2017


quarta-feira, 26 de julho de 2017

Canoista de Mértola no Mundial de Juniores e sub23


Bruno Afonso, canoísta do Clube Náutico de Mértola integra mais uma vez a Equipa Nacional de Velocidade, que já se encontra em Pitesti – Roménia onde participará j no Campeonato do Mundo de Júniores e Sub23.

Bruno Afonso faz tripulação com Marco Apura do Clube Náutico de Crestuma e prevê-se a participação em Sub 23 , C2 500 e 1000.

Aguardamos com expetativa os desempenhos do canoísta de Mértola e seu parceiro bem como da restante equipa nacional

Informações complementares no Site da Competição

terça-feira, 25 de julho de 2017

Canoagem - Campeonato Nacional de Velocidade


Disputou-se no passado fim de semana em Montemor-o-Velho a primeira fase do Campeonato Nacional de Velocidade tendo o Clube Náutico de Mértola participado com 6 atletas.
Coletivamente o Clube de Mértola classificou-se em 20º lugar entre 37 clubes participantes.
Os resultados de destaque alcançados pelos canoístas mertolenses foram os seguintes:
C4 Cadetes 1000m
3º Lugar – MEDALHA DE BRONZE - Diogo Godinho/Miguel Batista/Mário Bento/Rafael Gomes
C2 Cadetes 1000 metros
4º Lugar – FINAL A – Diogo Godinho / Miguel Batista
K1 Cadetes 200 metros
7º Lugar – Final B – Henrique Domingos
C1 Cadetes 1000 metros
9º Lugar – Final A – Miguel Batista
5º Lugar – Final B – Diogo Godinho
6º Lugar – Final B – Rafael Gomes

Participou ainda Tiago Martins que não logrou alcançar ainda qualquer final.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Há Festa no Largo - Iniciativa Solidária





Imprevistos e tragédias podem acontecer a qualquer pessoa, mas algumas vezes são mais graves e, nesses momentos, todos sentimos como se fosse connosco, com a nossa casa, com o nosso negócio ou com a nossa vida. Mas como tristezas não pagam dívidas, mas a nossa alegria sim, no dia 21 de junho, vamos todos ajudar: e com uma Festa de arromba! Para que o recomeço seja mais leve e também mais feliz.
Gaspachada |
Tapas e bebidas frescas |
Animação musical |
Sorteio de Cabaz de Produtos Locais |
muita alegria!
PARTICIPE, TRAGA A FAMÍLIA E OS AMIGOS!
Mais informações: Associação de Empresários do Vale do Guadiana

terça-feira, 11 de julho de 2017

Arqueologia em Mértola - Novas descobertas


No decorrer do inicio das obras da "Casa Cor de Rosa" em Mértola estão a ser trazidas á luz do dia estruturas que vão do Início do período Pré-Romano até ao Sec. XX, numa escavação de urgência levada a cabo pelo Campo Arqueológico com coordenação de Virgílio Lopes e Cláudio Torres.

Segundo Virgílio Lopes esta descoberta é mais uma peça chave para a compreensão do já intrincado puzzle da arqueologia no Centro Histórico da Vila Museu.

Para já é uma incógnita o futuro desta descoberta bem como as implicações no projecto de reabilitação que a Câmara Municipal de Mértola adjudicou para aquele edifício, que prevê a obra de reabilitação da que tem um custo que ronda os 800 mil euros, e um prazo de execução de 365 dias.

Esta reabilitação inclui uma utilização prevista associada ao aprofundamento da estratégia destinada a potenciar a presença e cultura Islâmica que marcaram e marcam a historia do território de Mértola.


Continuaremos a dar noticias da evolução desta intervenção


sexta-feira, 7 de julho de 2017

Incêndio no Centro Histórico de Mértola destrói supermercado (Actualização JN)

Um incêndio que deflagrou num supermercado do Centro Histórico de Mértola destruiu por completo a unidade comercial, tendo-se depois propagado a outras duas habitações contíguas. A Polícia Judiciária vai investigar a origem do fogo.
Foi ainda destruída uma arrecadação contígua, um anexo desabitado e a cobertura de uma loja de eletrodomésticos. Duas pessoas poderão ficar desempregadas, não existindo vítimas a lamentar.
O alerta para o incêndio foi dado às 14.45 horas, quando o supermercado Rolha, propriedade do jovem empresário José Rolha, ainda estava encerrado ao público.
Populares viram fumo a sair do teto e alertaram um dos funcionários que mora por perto e entrou supermercado dentro com outras pessoas munidas de extintores, mas o muito fumo impediu que pudessem combater as chamas.
Os Bombeiros de Mértola acorreram rapidamente ao local, mas as chamas já tinham assumido grandes proporções. A arrecadação contígua ao supermercado também ardeu, tal como o anexo de uma habitação que estava desabitada.
Uma loja de eletrodomésticos também foi afetada, tendo ardido parte da cobertura do edifício, e os estragos tiveram origem, principalmente, na água do combate ao incêndio.
Ouvido pelo JN, o presidente da Câmara de Mértola, Jorge Rosa, que também esteve no local, lamentou o sucedido ao empresário e o facto de "duas pessoas puderem ficar desempregadas", acrescentando que a edilidade "vai apoiar o empresário, criando uma equipa de trabalho para proceder a limpezas e disponibilizar apoio social", concluiu.
Segundo foi possível apurar o estabelecimento estaria protegido por um seguro, desconhecendo-se em concreto os danos que cobre.
A travessia do Centro Histórico de Mértola foi feita por ruas alternativas, que já recebem trânsito dos automobilistas que procedem do Algarve.
No combate às chamas estiveram 44 operacionais, dos Bombeiros de Mértola, Beja, Serpa, Ourique e Castro Verde, Proteção Civil Municipal e GNR, apoiados por 26 viaturas.
(Creditos de algumas fotos publicadas na noticia do JN do autor deste Blogue.)

Incendio em Mértola destroi Supermercado e habitações


quinta-feira, 6 de julho de 2017

Agenda Cultural Julho, Agosto e Setembro

Museu de Mértola acolhe exposição da escrita no Baixo Alentejo


O Núcleo Museológico da Basílica Paleocristão, em Mértola, acolhe de 6 a 25 de julho a exposição “Escrita no Baixo Alentejo das origens aos nossos dias”, uma iniciativa da Rede de Museus do Baixo Alentejo, que integra a Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL). A inauguração terá lugar no dia 6 de julho, às 21h30, seguida do espetáculo musical “2500 anos de escrita”.

A mostra itinerante pretende dar conhecer a escrita no Baixo Alentejo ao longo da história. A exposição pode ser visitada de terça a domingo, das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30.

domingo, 2 de julho de 2017

2017 ECA Canoe Marathon EUROPEAN CHAMPIONSHIPS (2nd morning)

Rumo à Economia Circular O que é? (Opinião Jorge Pulido Valente)



O conceito de economia circular, em oposição à linear(matérias primas>produtos>resíduos), assenta, como a própria designação indica, na ideia de reciclagem, reutilização, recuperação e regeneração dos produtos, prevenindo os resíduos, e na gestão sustentável dos recursos.

Embora, surgido na década de 70, com o objetivo de procurar a conciliação entre as crescentes preocupações ambientais e o desenvolvimento económico, só a partir da primeira década do século XXI, este conceito é introduzido na agenda política e mediática europeia e internacional, fundamentalmente, graças ao trabalho pioneiro da Fundação Ellen MacArthur (www.ellenmacarthurfoundation.org) - famosa velejadora solitária, cujas experiências de circunavegação lhe evidenciaram as virtudes da circularidade da utilização dos produtos - nomeadamente, o relatório que apresentou em 2012, sob o título "Rumo à economia circular: racionalidade económica e de negócios para uma transição acelerada". 

Só em dezembro desse ano, a Comissão Europeia, lança o tema a nível da política comunitária com a publicação do "Manifesto para uma Europa eficiente na utilização de recursos", a que se segue, apenas em 2014, a apresentação, falhada, da primeira proposta legislativa, a qual é retirada logo no início de 2015, para dar lugar, em dezembro do mesmo ano, a um pacote menos ambicioso mas melhor fundamentado e estruturado.

Embora, inicialmente, a economia circular se centrasse, sobretudo, nas questões relacionadas com a gestão dos resíduos, evoluiu, muito rapidamente, para outras áreas e preocupações, nomeadamente, desde logo, as mais básicas e estruturantes, como os padrões de produção e consumo, para além de outras, mais inovadoras, como o ecodesign.

Qual a sua importância?
O conceito de economia circular e a sua importância num modelo de desenvolvimento sustentável não surge por acaso, mas sim porque que se concluiu que ao ritmo a que são consumidos os recursos naturais para manter os atuais padrões de vida e de crescimento das nossas sociedades, chegaremos, num futuro já não muito longínquo, ao esgotamento irremediável de muitos deles.

Por outro lado, foi-se acentuando a necessidade de criação de novas áreas de emprego, inovadoras e alternativas às tradicionais, em crise profunda.

Fundamental, também, para este processo de reconhecimento da importância e do papel da economia circular, foi, sem dúvida, por um lado o brutal crescimento da produção de resíduos não ou dificilmente biodegradáveis e, por outro, a (r)evolução ocorrida, nos últimos anos, neste setor, com a passagem das lixeiras a aterros, complementados com  as estações de tratamento mecânico e biológico, as quais, em sinergia com a recolha seletiva, permitem aumentar, exponencialmente , as taxas de reciclagem, de reutilização e de eficiência e poupança energética.

Finalmente, há que referir  e reconhecer o contributo decisivo que a economia circular pode dar na prossecução das metas e objetivos definidos nos documentos da CE e assumidos no PERSU 2020.

O que está a ser feito para promover a economia circular?

Atualmente, a nível mundial e europeu verificaram-se avanços consideráveis  em termos da divulgação do conceito e da promoção da economia circular, quer através de organismos privados, de que o melhor exemplo é, como já se referiu anteriormente, o trabalho desenvolvido pela Fundação Ellen MacArthur, quer da aprovação e adopção de documentos de estratégia e de política pública, embora, incidindo ainda, sobretudo, na área da reciclagem e reutilização de resíduos.

Também algumas grandes companhias internacionais ( como por exemplo, a Philips) estão a adoptar estratégias e práticas empresariais inovadoras, assentes neste novo conceito. A constante produção e promoção de novos equipamentos, com vida limitada, tem vindo a dar lugar ao recondicionamento e reutilização sucessiva de materiais e equipamentos, criando a necessidade de desenvolvimento de mais e melhores serviços de assistência e reduzindo o volume de resíduos e de consumo de matérias primas.

Em Portugal, presentemente, estão a ser dados passos significativos, conjuntos, na divulgação e promoção da economia circular não só pelo Ministério do Ambiente como também por diversas entidades públicas e privadas(SPV, BCSD, Lipor, SmartwastePortugal, CCDRA) e, ainda, por algumas empresas públicas(EDIA) e privadas(EDP, GALP, Sonae), mas o caminho a percorrer é, ainda, longo, complexo e difícil.

O enquadramento estratégico geral está definido no Compromisso para o Crescimento Verde e, o particular, no que respeita ao setor dos resíduos, no PERSU 2020, mas são ainda necessárias políticas públicas concretas que incentivem, fomentem, apoiem e dinamizem a economia circular.

Não basta atuar a jusante, é preciso também intervir a montante no modelo e hábitos de produção e consumo, na concepção de novos produtos, no eco design, na durabilidade e fiabilidade, na prevenção dos desperdícios e dos resíduos.

Uma estratégia regional para a promoção da economia circular

Face às atribuições e competências conferidas às CCDRA, em matéria de desenvolvimento  regional e de implementação de políticas públicas setoriais, torna-se imprescindível que para além do Plano Estratégico e da Estratégia  de Especialização  Inteligente, documentos já oportunamente elaborados e aprovados, se avance, em alinhamento com os objetivos e prioridades definidas na estratégias setoriais nacionais, com a territorialização/ regionalização das mesmas e com as correspondentes políticas públicas que as operacionalizem.

Esta deve também ser a lógica e a metodologia a seguir no que concerne à economia circular, pelo que há que acelerar o processo da sua divulgação e promoção e, simultaneamente, discutir com os parceiros regionais e locais, quer os objetivos estratégicos e prioridades nesta área, quer, primordialmente, as políticas públicas que a estimulem, incentivem e dinamizem.

Jorge Pulido Valente