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terça-feira, 30 de maio de 2023

Crónica Cidadania Activa 23 ÁGUA! Atenção Participem!


 





Crónica Cidadania Activa 23

 ÁGUA! Atenção Participem!

“Iniciaram-se recentemente as sessões de trabalho da Intervenção Territorial Integrada Água e Ecossistemas da Paisagem. Estas sessões visam essencialmente a preparação do Plano de Ação previsto nos Programas Regionais do Alentejo e do Algarve, cujos investimentos permitirão sustentabilidade, resiliência e competitividade dos recursos, das comunidades e dos territórios de fronteira do Alentejo e do Algarve, sensíveis às alterações climáticas e à desertificação, com particular impacto na disponibilidade hídrica e na biodiversidade.

A ITI envolverá um montante total de 50 Milhões de Euros (M€), envolvendo cerca de 20 M€ de fundo do Programa Regional Alentejo 2030, o que permitirá o desenvolvimento de projetos em áreas como: a proteção ambiental e dos ecossistemas; a disponibilidade hídrica e uso eficiente da água; a economia verde e circular; a investigação e inovação; a valorização e revitalização económica e social e a capacitação e sensibilização.”

Este vai ser um instrumento de planeamento estratégico e financeiro, estrutural, fundamental e decisivo para a sustentabilidade do território do Baixo Alentejo nas suas múltiplas dimensões, ambiental, económica e social.

É, por isso, necessário envolver a comunidade e os seus diversos agentes individuais e colectivos, públicos e privados, no processo, desde o seu início, para que, por um lado, os seus contributos possam ainda ser integrados e, por outro, para que todos de preparem, com tempo, para os desafios e oportunidades que irão surgir ou que serão criadas.

Para que tal aconteça, é indispensável adoptar, desde logo, um modelo de governação integrada, partilhada, participativa, multinível e multissectorial, pois só assim a intervenção será verdadeiramente territorial e integrada e se obterão os benefícios de uma abordagem holística, coerente, coordenada e convergente.

As CCDR do Alentejo e do Algarve, responsáveis pelo programa, já estão no terreno a realizar as acima referidas sessões de trabalho, mas só isso não chega. É preciso que os municípios e as ADL repliquem estas iniciativas, descentralizadamente em todo o território do Baixo Alentejo, para que as organizações e os cidadãos sejam devidamente informados, chamados a participar com os seus preciosos contributos e estimulados a preparem, em parcerias alargadas, ideias, projectos, iniciativas e acções.

Há muito trabalho prévio a fazer e em áreas novas, bastante complexas e difíceis, pelo que deveria ser constituída uma bolsa de agentes especialistas, para dinamizarem processos de capacitação, informação e formação dos agentes nas comunidades, de modo a que o Plano de Acção possa estar ajustado, com rigor, à realidade dos territórios e às suas necessidades específicas.

Desde já, fica também aqui o desafio aos actores locais e regionais para se interessarem pelo assunto e participarem proactivamente no processo de construção deste Plano de Acção, decisivo para o desenvolvimento sustentável do nosso território de fronteira do Baixo Alentejo com o Algarve!

Jorge Pulido Valente

domingo, 28 de maio de 2023

sábado, 27 de maio de 2023

Crónica Cidadania Activa 22 Nem PS nem PSD








Crónica Cidadania Activa 22

Nem PS nem PSD

Já toda a gente percebeu que este governo do PS, apesar de ter todas as condições económicas e políticas a seu favor, está incapacitado para resolver os principais problemas do País, seja na Saúde, na Educação, na Agricultura, na Justiça, no Ambiente, na Administração Pública, etc., porque o aparelho partidário, com o consentimento e apoio de António Costa, tomou conta da estrutura das instituições, organismos e empresas do Estado, tendo apenas como objectivo o ter, exercer e manter o poder. O PM já não controla o aparelho partidário infiltrado na máquina do Estado e, por isso, descontrolou-se o Governo.

Para além disso, o primeiro ministro afastou e afasta todos aqueles que manifestam opiniões e ideias divergentes das suas e lhe tentam mostrar uma realidade não coincidente com a imagem otimista que ele constrói e que os seus “yesboys and girls” lhe confirmam.

Se fosse o PSD não seria diferente, apenas os personagens mudavam e os beneficiados seriam os “sócios” do respectivo aparelho partidário. Tudo corre bem até as máquinas partidárias se instalarem no aparelho do Estado.

Os eleitores sabem isso e, mesmo descontentes com António Costa e o seu governo, votariam outra vez no PS porque não acreditam que o PSD seja uma alternativa melhor e que faria diferente, também para melhor.

Enquanto no horizonte tiverem a promessa/garantia de mais dinheiro no bolso por um lado e a incapacidade de qualquer dos partidos resolver os problemas estruturais por outro, obviamente que não irão optar pela alternância no poder mas sim pelo mal menor.

Pelos motivos acima referidos e apesar de serem indispensáveis à democracia, os partidos políticos já não são capazes de resolver o problema da governação do País.

Que alternativas nos restam?

Ou os partidos políticos se regeneram e se abrem à sociedade ou terão que ser os movimentos de cidadãos a intervir mais activamente, obrigando os governos a libertarem-se dos interesses e das amarras partidárias, para se centrarem na boa e rigorosa governação e na resolução dos problemas estruturais do País.

O Presidente da República tem aqui um papel importante e determinante, demitindo António Costa, quer para o obrigar a formar um novo governo liberto dos vícios partidários quer, em alternativa, nomear um governo de iniciativa presidencial, com apoio da maioria dos partidos. Provavelmente, com a distribuição pela população dos dividendos financeiros dos nossos impostos e do crescimento da economia, tudo irá continuar na mesma até ao final da legislatura, lamentavelmente!

Jorge Pulido Valente

domingo, 14 de maio de 2023

Cidadania Activa 21 Desaparecidos (s)em combate!









Cidadania Activa 21

Desaparecidos (s)em combate!

São 3 os deputados da Assembleia da República eleitos pelo círculo eleitoral de Beja, 2 do PS e um do PCP. Pedro do Carmo, Nelson de Brito e João Dias, respectivamente. 

É suposto que, entre outras coisas, representem os interesses do distrito de Beja e, como gostam de apregoar, do Baixo Alentejo (suponho que incluindo todo o litoral alentejano, embora Grândola e Alcácer do Sal pertençam ao distrito de Setúbal).

Quem, da nossa população, os conhece e tem contacto com eles? Onde andam e a fazer o quê estes nossos representantes no Parlamento?

Á excepção da presença em inaugurações, festas e feiras ou iniciativas dos respectivos partidos estes nossos eleitos pouco ou nunca aparecem no território e nenhuma iniciativa de reflexão, debate ou recomendação sobre os graves problemas que a nossa região enfrenta, promovem, organizam ou dinamizam. Também raramente têm intervenção nas sessões plenárias da AR, nomeadamente, para defenderem os interesses da região. Isto, quando não votam, por disciplina partidária, contra os interesses do Baixo Alentejo.

Um deles, que acumula com a presidência da distrital do PS, Nelson de Brito, nunca se viu ou ouviu, nem sequer em notícias da imprensa nacional, regional ou local que, porventura, dessem conta de alguma acção sua em prol do distrito e das suas populações. 

Refiro alguns dos problemas relativamente aos quais se esperaria que estes nossos eleitos fizessem alguma coisa, mais a mais sendo um deles, Pedro do Carmo, presidente da Comissão de Agricultura:

- Seca e crise aguda nas áreas de sequeiro

- Tomada de água do Pomarão para reforço do abastecimento de água ao Algarve

- Alterações climáticas e desertificação

- Agricultura intensiva e impactos socio ambientais

- Carências graves nos serviços de saúde

- Imigração e crise de mão de obra

- Acessibilidades rodoviárias e ferroviárias

- Aeroporto de Beja

- Desordenamento do território e destruição do património natural do litoral alentejano

- Transferências de serviços para a CCDRAlentejo

- Navegabilidade do rio Guadiana

- Energia e centrais solares fotovoltaicas

- Deficiências na cobertura digital e nas redes de telecomunicações

Para quem jurou e apregoou, batendo com a mão no peito, que a sua luta era pelo Baixo Alentejo, estão desaparecidos (s)em combate!

Jorge Pulido Valente

terça-feira, 9 de maio de 2023

Cidadania Activa 20 - Pomarão: de abandonado a adiado


Cidadania Activa 20

Pomarão: de abandonado a adiado

No último sábado participei, com grande interesse e expectativa, nas Jornadas do Peixe do Rio,

em boa hora realizadas pela Câmara Municipal de Mértola no Pomarão, em substituição do

Festival que, durante mais de uma década, levava todos os anos àquela pitoresca localidade

ribeirinha do Guadiana milhares de pessoas e muita animação.

Lamentavelmente, duas das entidades anunciadas no programa que prometiam intervenções

de muito interesse para projectos futuros, não compareceram.

Dos participantes (não contando com os organizadores, palestrantes e entidades signatárias

do protocolo), à volta de uma dúzia, apenas 3 eram do Pomarão, o que é pena.

A intervenção inicial do presidente da Câmara, Mário Tomé, foi elucidativa e reveladora da

situação de abandono a que esteve votado o Pomarão nesta última década (depois de todos

os significativos investimentos realizados nos meus mandatos) e da perspectiva de adiamento

em que o presente executivo o irá manter durante o actual mandato.

O autarca começou por referir que a sua estratégia, ao contrário da dos anteriores

presidentes, passa por não organizar nenhuma iniciativa pública para debater as questões

ainda por resolver da navegabilidade rio Guadiana até Mértola e para comprometer as

entidades públicas na sua resolução, só estando disponível para o fazer quando houver algo

importante para anunciar. É uma opção com a qual não posso de modo algum concordar, uma

vez que se não tivessem sido todas as acções públicas que desenvolvemos ao longo de 2

décadas para mobilizar todos os parceiros públicos e privados ainda hoje não teríamos a ponte

do Pomarão e a navegabilidade assegurada até esta localidade bem como o projecto para o

troço restante. Se não houver esta permanente pressão sobre os organismos do Estado o

assunto cairá no esquecimento ou passará para 2ª prioridade de investimento.

Seguidamente, justificou a não realização do Festival do Peixe do Rio com a necessidade de

reflexão sobre o modelo da iniciativa. Pergunta-se: um ano não foi suficiente para fazer esse

trabalho de inovar e melhorar o modelo anterior, de sucesso comprovado? Porque não foi

ainda promovida a avaliação das anteriores edições e solicitadas aos residentes e visitantes

sugestões de melhoria? Pareceu-me mais uma desculpa para encobrir outras razões

(incapacidade operacional? financiamento?) que uma justificação.

No que respeita ao estado de abandono da povoação, nomeadamente, no que respeita ao

planeamento, saneamento básico, arruamentos, equipamentos públicos, edificado e

estruturas náuticas, Mário Tomé, veio justificar tal situação com a necessidade de ser feita

uma nova abordagem macro (seja lá o que isso for). Pergunta-se: haverá necessidade disso,

com todos os programas, projectos e investimentos previstos e aprovados para o Pomarão há

mais de uma década e que não foram concretizados por falta de vontade política do anterior

executivo?

Já a apresentação do projecto Sailing Guadiana, feita pela vereadora Rosinda, revelou um

sentido estratégico e objectivos concretos para o desenvolvimento do turismo náutico no rio,

embora não se entenda porque razão a Câmara foi pagar milhares de euros a uma empresa

externa, para elaborar um trabalho que já existe há mais de uma década na autarquia e que só

não está concretizado porque o anterior executivo, decidiu abandoná-lo, optando por outros


investimentos e deixando ao abandono o que já tinha sido executado nesse âmbito. Até final

deste mandato o Pomarão irá, assim, continuar “abandonadado”!

Jorge Pulido Valente

terça-feira, 25 de abril de 2023

Cidadania Activa 19 - Parabéns ao Partido Socialista!


 




O Partido Socialista comemora esta semana os seus 50 anos de fundação e é merecedor não  só de parabéns, como também de reconhecimento e agradecimento pelo património e legado político que construiu ao longo destas 5 décadas e pelo contributo inestimável que deu para a construção da democracia e do poder local e para o desenvolvimento do País. Não é por acaso que é o maior partido político português e o mais votado.

Tive a oportunidade, a satisfação e o orgulho de ser militante do Partido Socialista durante mais de vinte anos e, ao longo desse período, ter contribuído para o seu crescimento no Alentejo, nomeadamente no distrito de Beja, com a conquista de duas câmaras tradicionalmente dominadas pelo PCP, Mértola e Beja. Fui também nomeado por governos socialistas, por duas vezes, para cargos políticos, Director Regional do Ambiente do Alentejo e Administrador da EDIA. Apesar de ter sido várias vezes convidado para me candidatar a cargos directivos no aparelho partidário, recusei sempre, porque entendi que deveria terautonomia e liberdade para tomar as melhores decisões sem estar condicionado por interesses partidários.

Não fiz, por isso, carreira partidária, mantendo-me sempre como militante de base, com opinião própria, muitas vezes incómoda para o poder instituído.

Durante muitos anos nunca senti no PS que ter uma opinião diferente da direcção da estrutura partidária fosse motivo de afastamento ou discriminação, antes pelo contrário, as divergências e o debate eram bem acolhidos e até valorizados. A crítica construtiva era incentivada e bem acolhida.

A partir do “golpe palaciano” de António Costa a atitude começou a mudar e os novos dirigentes locais e regionais iniciaram um “reinado absolutista”, sem direito a debate de ideias, ou discordâncias e críticas dos militantes. O poder centralizou-se.

A cultura deste tipo de poder, em que o centralismo democrático impera, instalou-se no aparelho partidário e alastrou a todas as estruturas do mesmo, até às concelhias. Só conta e pode ter opinião quem tem cargos directivos, os militantes de base têm que, sem debate, aceitar e cumprir, não discutindo, levantando dúvidas ou objecções.

Para perpetuar este poder os dirigentes rodeiam-se de uma corte de “yesmen and women”, de preferência que não lhes façam sombra, escolhidos não pelo seu mérito, mas pela sua obediência e, de preferência, veneração.

Os que discordam deste regime e se manifestam são afastados, ignorados e ostracizados.

Este é o PS que temos actualmente, igual a todos os outros partidos, sem reflexão e debate interno, sem dialética, sem democracia participativa, sem cidadania, sem militância, sem inovação, sem agitação, sem alegria transformadora!

Por isso, me afastei, apresentando a minha demissão, e optei pela militância cívica, livre e independente de partidos.

Neste aniversário dos seus 50 anos era bom que o Partido Socialista se abrisse à sociedade, refletisse e debatesse o futuro, mais do que festejar o passado.

Parabéns ao PS!


Jorge Pulido Valente

segunda-feira, 24 de abril de 2023

Cidadania Activa 18 - A propósito de Bolsas de Estudo



Cidadania Activa 18

A propósito de Bolsas de Estudo

Normalmente, as bolsas de estudo são atribuídas para eliminar, ou pelo menos minorar, as desigualdades económicas e sociais que reduzem a igualdade de oportunidades e dificultam o acesso à educação dos mais carenciados. Por isso, geralmente, os regulamentos, definem que terão direito a bolsa de estudo os estudantes cujo rendimento do agregado familiar seja inferior a um determinado valor.
É o que acontece, e bem, no caso das bolsas atribuídas pelo governo português através da DGES.
Era também o que acontecia até 2018, com as bolsas Serrão Martins atribuídas pela Câmara Municipal de Mértola.
Porém, a pretexto da simplificação do processo administrativo, a partir do final de 2018, a autarquia de Mértola, eliminou do Regulamento Municipal de Bolsas de Estudo Serrão Martins o critério do rendimento, apesar de manter no preâmbulo a seguinte justificação para atribuição das mesmas: “O apoio económico a jovens estudantes reveste-se de crucial importância, enquanto forma de eliminar ou pelo menos de minorar as desigualdades económicas e sociais que poderão intervir como um fator impeditivo no seu acesso à educação e à formação”.
Ou seja, actualmente, com a alteração feita, os filhos de famílias com rendimentos elevados ou muito elevados também têm direito a bolsas de estudo, financiadas pelos impostos que (quase) todo nós pagamos à Câmara, a mesma que se recusa a devolver-nos a percentagem máxima que a lei estipula para a devolução do IRS cobrado.
E, apesar do regulamento não contemplar essas situações (ver nota), até aqueles que estudam no estrangeiro porque a família tem recursos financeiros para tal, recebem pelo menos 100€ por mês.
Esse valor não tem significado para quem tem rendimentos mensais acima, por exemplo, dos 5000 €, mas é decisivo para as famílias que vivem com o ordenado mínimo.
Estamos, através do orçamento municipal alimentado pelos nossos impostos, a financiar quem não precisa. O inverso do que deve ser o papel redistributivo do orçamento da autarquia.
Porque é que não se canaliza esse dinheiro, atribuído a quem pode prescindir dele sem grande sacrifício, para reforçar o orçamento dos que, mesmo com bolsa, fazem enormes sacrifícios para conseguirem estudar no ensino superior?
Fica a sugestão ao actual executivo da Câmara Municipal de Mértola
Nota
Regulamento CMM : f) Comprovativo da decisão que recaiu sobre a candidatura a bolsa de estudo a atribuir pelo Estado Português (página eletrónica/ internet da DGES - Direção Geral do Ensino Superior), com indicação do respetivo valor, se deferida, ou o motivo de indeferimento;
Regulamento DGES - As bolsas de estudo atribuídas ao abrigo do Regulamento de Atribuição de Bolsas de Estudo a Estudantes do Ensino Superior destinam-se apenas a estudantes matriculados e inscritos, em instituições de ensino superior portuguesas.

Jorge Pulido Valente

terça-feira, 11 de abril de 2023

Perguntas e respostas na última reunião da Câmara Municipal de Mértola

 


Perguntas e respostas na última reunião da Câmara Municipal de Mértola

1-para quando a resolução do problema da paragem do autocarro junto à escola primária que a vereadora Rosinda informou há 3 meses que ia ser resolvido, dado o perigo que constitui para quem circula naquela rua? Resposta: ainda está em estudo. Propus novamente uma solução óbvia que foi recusada. Se houver ali um acidente a CMM é responsável
2-o critério do rendimento do agregado familiar já não é tido em consideração para atribuição de bolsa de estudo? Resposta: não. Todos recebem no mínimo 100€ por mês. Quer dizer que mesmo quem tem pais ricos recebe bolsa. Não seria mais justo que esses 100€ dados a quem não precisa fossem para os mais carenciados ?
O regulamento não prevê atribuição de bolsa a quem estuda no estrangeiro mas há jovens que a estão a receber ? Resposta: sim
Não me parece legal que tal aconteça mais a mais quando o rendimento do agregado familiar é muito elevado.
3- há ou não um problema de Legionnela na rede de águas. Resposta: há, mas os serviços de saúde e a CMM consideram que não é necessário informar a população para que tome medidas preventivas
4-este ano não há Festival do Peixe do Rio no Pomarão? Resposta: não . Porquê? Não foi apresentada justificação. Em alternativa vão fazer umas jornadas. Não se percebe este desinvestimento num polo com tanto potencial.
Jorge Pulido Valente

segunda-feira, 10 de abril de 2023

Cidadania Activa 17 - Pomarão abandonado!






Cidadania Activa 17

Pomarão abandonado!

Na estratégia de desenvolvimento para o concelho de Mértola que tive a oportunidade de

concretizar entre 2001 e 2008, o Pomarão, importante antigo porto do Rio Guadiana, era

considerado um dos polos estruturantes para o turismo, nomeadamente, náutico, pelo que, ao

longo desses anos foram sendo feitos investimentos importantes quer ao nível das

infraestruturas quer dos eventos de animação, valorização e promoção, não só para atrair

visitantes como também para melhorar a qualidade de vida da população e fixar novos

residentes.

Foi assim, entre outros melhoramentos, construída a ponte internacional e os respectivos

acessos, ambição com várias décadas e sempre adiada, a qual permitiu um crescimento muito

significativo das relações e movimentos transfronteiriços; recuperados e (re)activados edifícios

públicos degradados; instalado sistema de abastecimento de água; montados cais (margem

esquerda e direita) e outros equipamentos de apoio à náutica de recreio e à pesca profissional;

iniciado o projecto de navegabilidade; realizados pela primeira vez eventos de animação,

valorização e promoção, dos quais se destaca o Festival do Peixe do Rio.

A estratégia seguida revelou-se adequada e, ao fim de algum tempo, os resultados começaram

a aparecer, designadamente, o crescimento do número de visitantes e os investimentos de

privados quer em habitação quer no turismo.

Lamentavelmente, esta linha de acção foi abandonada e, passados todos estes anos o

Pomarão está abandonado e em processo de degradação e definhamento, apesar das enormes

potencialidades que continua a ter para ser um excelente polo de atração e dinamização

turística do concelho como porta de entrada fluvial e porto de recreio e apoio náutico.

Actualmente, não obstante um dos vereadores da câmara ser daquela localidade, o

desinvestimento é de tal ordem que até o Festival do Peixe do Rio, evento de referência com

lugar cativo e de destaque no calendário turístico regional e até nacional e transfronteiriço, foi

substituído por um insignificante sucedâneo, apelidado de jornadas.

Entretanto, a rede de esgotos e o ultimo troço de estrada de ligação à N265 previstas ser

construídas há mais de uma década continuam eternamente adiadas e os edifícios públicos

anteriormente recuperados estão de portas fechadas e a degradar-se.

Com um orçamento municipal como nunca teve, de mais de 25 milhões de euros, e um saldo

transitado de mais de 11 milhões, não se consegue perceber porque razão este executivo

abandonou esta joia, em vez de investir na sua preservação, revitalização e valorização.


Jorge Pulido Valente

domingo, 9 de abril de 2023

Cidadania Activa 16 A (in)significância do Plano de Salvaguarda do Centro Histórico de Mértola







Cidadania Activa 16

A (in)significância do Plano de Salvaguarda do Centro Histórico de Mértola

A Câmara Municipal de Mértola realizou na passada semana uma reunião para lançamento do processo de revisão do Plano de Salvaguarda e Valorização do Centro Histórico de Mértola, cuja última versão tem já mais de 30 anos. Iniciativa louvável que, embora com pouca adesão por parte da população, foi muito animada e produtiva, nomeadamente graças às intervenções e contributos dos membros da Associação dos Moradores do Centro Histórico, a qual entregou à autarquia um memorando com as propostas iniciais para discussão.

Lamentavelmente, a CMM não apresentou a equipa técnica que irá realizar o trabalho nem um diagnóstico ou um documento base para reflexão e debate.

A primeira conclusão a que se chegou, ao longo do debate, foi que, embora seja significativo que o CH disponha de um Plano de Salvaguarda, ele é insignificante se não for acompanhado de um programa de valorização efectivo, dotado de um orçamento adequado às acções que visem suprir as carências, resolver os problemas e satisfazer as necessidades do património e das pessoas que nele residem, trabalham ou visitam. Na verdade, o Plano, ao longo destas três décadas, não foi nem um travão nem um factor de dinamização da salvaguarda e valorização, pelo que, sendo importante não é, não deveria ser, de modo algum, prioritário no processo de intervenção da Câmara no Centro Histórico.

Certamente que não será um Plano de Salvaguarda, cuja revisão ficará concluída, segundo a Vereadora Rosinda, no final de 2024 que irá suster o avançado processo de degradação e esvaziamento do Centro Histórico. É preciso AGIR já!

A atenção e acção da Câmara, em articulação com a Associação dos Moradores do Centro Histórico, deveria, por isso, focar-se primordialmente nas seguintes áreas:

1 – Infraestruturas: intervenção planeada de remodelação faseada e total das redes de águas, esgotos, energia e telecomunicações, incluindo a repavimentação

2 – Segurança: diagnóstico e correcção das fragilidades das estruturas de contenção e estabilidade e melhoria dos acessos e sistemas de emergência

3 – Circulação e estacionamento: fiscalização da aplicação do regulamento, reforço da informação restritiva e criação de transporte público elétrico

4 – Reabilitação, Revitalização e Valorização: aquisição de imóveis para reabilitação e arrendamento jovem acessível, reabilitação dos edifícios municipais de habitação e serviços, manutenção, limpeza e melhoria dos espaços públicos, isenções e apoios significativos a privados para a reabilitação de imóveis, programa de eventos socio-culturais e desportivas

5 – Energia: criação da Comunidade de Energia Renovável do Centro Histórico e instalação da respectiva central solar

6 – Promoção: candidatura a Património Mundial da Unesco

7 – Licenciamento: simplificação e isenção de taxas nos processos de licenciamento de obras de reabilitação

8 – Governação: implementação de sistema de governação integrada, colaborativa e participativa

Jorge Pulido Valente

quinta-feira, 30 de março de 2023

Cidadania Activa 15 - Carta Aberta à Isabel Campos








Cidadania Activa 15

Carta Aberta à Isabel Campos

Cara Isabel, Directora da Universidade Sénior de Mértola

Dado que, apesar das minhas insistências, escritas e pessoais, continuo sem receber resposta

aos meus mails, decidi, como já te tinha avisado, expor publicamente o assunto.

Em novembro de 2022, pelo segundo ano consecutivo, enviei-te um mail no qual dizia:” Tive

conhecimento hoje que vão iniciar o ano lectivo na Universidade Sénior, pelo que volto a

manifestar a minha disponibilidade para trabalhar convosco, nas áreas do ambiente,

sustentabilidade, ordenamento do território, energia, turismo regenerativo, cidadania e

desenvolvimento regional e local”. À semelhança do que tinha referido no ano anterior a

minha colaboração seria, naturalmente, a título gratuito.

Em fevereiro deste ano, reencaminhei-te o mesmo mail e solicitei uma resposta, uma vez que

já tinham passado 3 meses.

Recentemente, encontrei-te pessoalmente e manifestei-te o meu desagrado por esta falta de

consideração, de profissionalismo e até de educação.

A tua reacção, dizendo-me que há respostas difíceis de dar, deixou-me de boca aberta e levou-

me a pensar sobre a razão que apresentaste para 5 meses depois do meu primeiro mail ainda

não ter merecido sequer uma simples justificação para não aceitares a minha disponibilidade

para colaborar com a Universidade Sénior.

Posso estar enganado, mas conclui que só pode haver dois motivos para o que se está a passar

pelo segundo ano consecutivo: ou não respondes porque és incompetente para o fazer ou

porque estás politicamente pressionada pela Câmara Municipal/PS para o não fazer.

Se estiver errado agradeço que me envies, finalmente, um mail a informar-me dos motivos

para tal omissão.

De qualquer forma, seja qual for o motivo que te levam a ignorar os meus mails, considero que

devias pensar seriamente em pedir a demissão de responsável pela Universidade Sénior

porque revelaste a tua incapacidade para cumprir as boas normas que devem reger qualquer

instituição ou, pior, a falta de coragem e isenção para resistires a pressões e discriminações

políticas.

Voltando a manifestar a minha disponibilidade para colocar à disposição da Universidade

Sénior de Mértola, gratuitamente, os conhecimentos e experiência que adquiri ao longo de 40

anos de exercício de cargos públicos em diversas áreas e lamentando ter que recorrer a este

meio, fico a aguardar a tua resposta.


Cumprimentos


Jorge Pulido Valente

Cidadania Activa 14 - Rui Nabeiro, um exemplo de Cidadania Activa, Humanismo e Simplicidade

Cidadania Activa 14

Rui Nabeiro, um exemplo de Cidadania Activa, Humanismo e Simplicidade


Tive a feliz oportunidade de conhecer e conviver pessoalmente com o Comendador Rui

Nabeiro, quer quando me apoiou activamente na minha primeira candidatura à Câmara de

Beja quer, posteriormente, no âmbito de algumas iniciativas no âmbito da Agenda Regional

para a Economia Circular e da Estratégia Regional para a Adaptação às Alterações Climáticas,

em que a Delta foi parceira da CCDRA.

Lembro-me de uma ocasião, em particular, em que ele, já octogenário, participou num

jantar/sessão, em Beja e que, por volta das 23h 30, veio pedir desculpa por ter que sair para

regressar a Campo Maior. Tendo-lhe agradecido a presença e a simpatia de ter aceitado o

convite, perguntei-lhe como é que conseguia, já com aquela idade, ter tamanha

disponibilidade para tantos eventos implicando um esforço e tantos incómodos, até físicos. A

resposta foi simples e elucidativa do seu carácter e da sua atitude perante os outros: as

pessoas convidam-me e, por isso, não tenho o direito de recusar e aceito com o maior prazer e

empenho.

A sua vida pessoal e profissional são um exemplo para todos, e dificilmente voltaremos a ter

em Portugal um empresário que conciliava tamanho humanismo e responsabilidade social com

uma visão estratégica, um sentido comercial e uma capacidade criativa e inovativa.

Mais de que um bom patrão Rui Nabeiro foi um líder incontestado e um exemplo de como se

pode ser empresário de sucesso em termos financeiros e, simultaneamente, um cidadão activo

e socialmente responsável, com uma extraordinária sensibilidade e proximidade com as

pessoas.

Soube ainda, este Homem, preparar de forma exemplar a sua sucessão à frente do império

que construiu, conseguindo, estruturar ao longo do tempo e das gerações uma equipa familiar

e mais alargada, em que filhos e netos assumiram de uma forma tranquila a liderança da

organização, garantindo que o desaparecimento do seu fundador não viria a criar

perturbações no seio da(s) empresa(s) que pusessem a causa o futuro do Grupo Nabeiro.

Um Homem simples e tranquilo que o enorme sucesso pessoal e profissional e o

reconhecimento público não deslumbrou nem envaideceu.

terça-feira, 28 de março de 2023

Cidadania Activa 13 - Encontro de Empresários de Mértola









Cidadania Activa 13

Encontro de Empresários de Mértola

Foi com alguma expectativa que participei no XVII Encontro de Empresários do Concelho de

Mértola que teve lugar no passado sábado, dia 18, durante todo o dia, e a avaliação geral que

faço da iniciativa é bastante positiva.

A começar pela adesão conseguida por parte de empresários actuais e potenciais, quer em

número quer em participação efectiva nas reflexões e debates dos painéis da parte da tarde, o

que, ao contrário do que muitas vezes tenho ouvido, comprova que existe por parte das

pessoas interesse e vontade de participarem, assim lhes sejam dadas oportunidades para o

fazerem.

Em termos organizativos também correu bastante bem, embora as intervenções do período da

manhã, todas elas de interesse, se tivessem alongado demasiado, o que levou a que

praticamente não houvesse debate em torno das mesmas. O almoço foi excelente e, sendo

volante, permitiu e favoreceu o convívio entre participantes.

A opção pela divisão dos temas e participantes por 4 salas possibilitou que a reflexão e o

debate de cada um tivesse mais tempo e profundidade, mas, por outro lado, obrigou-nos a ter

que optar apenas por um, impedindo-nos de assistir à discussão de outros que também eram

do nosso interesse.

Das apresentações feitas, quer pelos oradores convidados quer pelos representantes do

executivo municipal, poderemos concluir que apesar de ter sido apresentada uma estratégia

de desenvolvimento de médio e longo prazo, conceptualmente correcta, não tem havido uma

intervenção e projectos que por um lado estejam ajustados à realidade actual e por outro

façam face às necessidades e aspirações concretas e imediatas da população.

Os principais indicadores de desenvolvimento apresentados, praticamente todos negativos,

evidenciam bem este desfasamento e o agravamento contínuo da situação do concelho em

quase todas as áreas.

Foram particularmente elucidativas dos problemas da governação as conclusões apresentadas

pelo grupo que se debruçou sobre a conectividade, a informação/comunicação e a

participação.

A falta de iniciativas socio culturais que motivem e envolvam a população (em vez de uma

agenda intensa de eventos pouco mobilizadores e desconectados da realidade local), a

deficiente informação e comunicação (substituída exclusivamente pela propaganda), a

inexistência de infraestruturas de comunicação e de transportes foram as principais críticas

apontadas.

Na mesa em que participei, Indústria, Construção civil e Energia, as principais conclusões

apontaram para: 1) necessidade de concretização urgente da nova zona empresarial, projecto

já com mais de uma década, evitando perder tempo com e o estudo de eventuais novas

localizações; 2) resolução urgente do problema dos resíduos de construção e demolição; 3)

desenvolvimento o mais rápido possível, pela autarquia, das propostas já apresentadas de

criação das comunidades de energia renovável do Centro Histórico e da Mina de S. Domingos


Para finalizar referir que é pena que a par do retomar pela CMM dos Encontros de Empresários

não tenham sido reactivados os Prémios Municipais Empresas, criados há mais de uma década

e inexplicavelmente esquecidos.

Jorge Pulido Valente

sábado, 18 de março de 2023

Crónica Cidadania Activa 12 Transição digital e politicas públicas regionais

 








Crónica Cidadania Activa 12

Transição digital e politicas públicas regionais

 Foi apresentada esta semana na CCDR Alentejo, em Évora a Agenda Digital para o Alentejo,

iniciativa e projecto de importância fundamental para a transição digital neste território de

interior, sempre tão esquecido pelo poder central no processo de inovação e

desenvolvimento.

Na verdade, tomando como exemplo o caso de Mértola para ilustrar o que se passa em toda a

nossa região alentejana, verifica-se a inexistência na grande maioria do concelho de rede de

fibra óptica, inclusive no centro histórico, na sede do município. Daí decorre que a cobertura

de rede da internet é manifestamente insuficiente e desadequada relativamente

àsnecessidades da população em geral e das empresas e serviços em particular.

As operadoras, tendo em conta a pouca rentabilidade do investimento não estão dispostas a

investir nas infraestruturas subterrâneas e a autarquia também não se preocupa com o

assunto nem faz qualquer esforço no sentido de resolver o problema, dificultando até, no caso

do Centro Histórico, a intervenção das empresas do sector, ao impedir a colocação, mesmo

que temporária, de cabos aéreos.

Sem que todas as localidades tenham acesso à fibra óptica dificilmente a transição digital se

fará sem deixar para trás as populações do vasto território interior e remoto do nosso País.

Todos os projectos integrados no programa mais global da Agenda Digital do Alentejo,

pressupõem a existência prévia de uma infraestrutura de suporte ao funcionamento adequado

e nas melhores condições técnicas da rede de Internet.

Pelos motivos acima referidos foi com grande satisfação que ouvi o Secretário de Estado das

Infraestruturas anunciar, neste evento, que iria finalmente avançar o concurso para o

alargamento da rede de fibra óptica a todas as freguesias do País. Esperemos que não só a

obra avance em tempo útil como também não sofra amputações a meio do percurso, deixando

mais uma vez de fora as localidades mais periféricas e menos povoadas, sem interesse

comercial para as operadoras.

A Agenda Digital do Alentejo, lançada agora de forma pioneira, pela CCDRA e a ADRAL é um

projecto estruturante para o futuro do Alentejo e um primeiro passo positivo na definição de

políticas públicas regionais consequentes a que seguirão, segundo me garantiu a minha ex-

colega vice-presidente, Carmen Carvalheira, intervenções na área da energia e da economia

circular, no quadro da sustentabilidade do território.

De destacar ainda, na apresentação realizada, a opção por um verdadeiro modelo de

governação partilhada, integrada e participativa, sem o qual este projecto estaria votado ao

fracasso, sobretudo num território remoto e despovoado como o Alentejo.

Faço votos para que, finalmente, a CCDRA, com uma liderança que não esteja refém dos

interesses partidários e pessoais, assuma o papel que lhe cabe na definição e concretização

das políticas públicas regionais que tenham em consideração as especificidades, as

necessidades e as prioridades do nosso território.


Jorge Pulido Valente