Crónica Cidadania Activa 12
Transição digital e politicas públicas regionais
iniciativa e projecto de importância fundamental para a
transição digital neste território de
interior, sempre tão esquecido pelo poder central no
processo de inovação e
desenvolvimento.
Na verdade, tomando como exemplo o caso de Mértola para
ilustrar o que se passa em toda a
nossa região alentejana, verifica-se a inexistência na
grande maioria do concelho de rede de
fibra óptica, inclusive no centro histórico, na sede do
município. Daí decorre que a cobertura
de rede da internet é manifestamente insuficiente e
desadequada relativamente
àsnecessidades da população em geral e das empresas e
serviços em particular.
As operadoras, tendo em conta a pouca rentabilidade do investimento
não estão dispostas a
investir nas infraestruturas subterrâneas e a autarquia
também não se preocupa com o
assunto nem faz qualquer esforço no sentido de resolver o
problema, dificultando até, no caso
do Centro Histórico, a intervenção das empresas do sector,
ao impedir a colocação, mesmo
que temporária, de cabos aéreos.
Sem que todas as localidades tenham acesso à fibra óptica
dificilmente a transição digital se
fará sem deixar para trás as populações do vasto território
interior e remoto do nosso País.
Todos os projectos integrados no programa mais global da
Agenda Digital do Alentejo,
pressupõem a existência prévia de uma infraestrutura de
suporte ao funcionamento adequado
e nas melhores condições técnicas da rede de Internet.
Pelos motivos acima referidos foi com grande satisfação que
ouvi o Secretário de Estado das
Infraestruturas anunciar, neste evento, que iria finalmente
avançar o concurso para o
alargamento da rede de fibra óptica a todas as freguesias do
País. Esperemos que não só a
obra avance em tempo útil como também não sofra amputações a
meio do percurso, deixando
mais uma vez de fora as localidades mais periféricas e menos
povoadas, sem interesse
comercial para as operadoras.
A Agenda Digital do Alentejo, lançada agora de forma pioneira,
pela CCDRA e a ADRAL é um
projecto estruturante para o futuro do Alentejo e um
primeiro passo positivo na definição de
políticas públicas regionais consequentes a que seguirão,
segundo me garantiu a minha ex-
colega vice-presidente, Carmen Carvalheira, intervenções na
área da energia e da economia
circular, no quadro da sustentabilidade do território.
De destacar ainda, na apresentação realizada, a opção por um
verdadeiro modelo de
governação partilhada, integrada e participativa, sem o qual
este projecto estaria votado ao
fracasso, sobretudo num território remoto e despovoado como
o Alentejo.
Faço votos para que, finalmente, a CCDRA, com uma liderança
que não esteja refém dos
interesses partidários e pessoais, assuma o papel que lhe
cabe na definição e concretização
das políticas públicas regionais que tenham em consideração
as especificidades, as
necessidades e as prioridades do nosso território.
Jorge Pulido Valente
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