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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Cidadania Activa 7 -11,750 milhões de euros!?








11,750 milhões de euros!?

Este foi o valor do orçamento municipal que sobrou à Câmara de Mértola no final do primeiro ano de mandato de Mário Tomé como presidente, ou seja, mais 1.750.000 euros que acrescentam aos 10 milhões que já tinham ficado por gastar/investir no último ano do consulado de Jorge Rosa. Isto já não contabilizando a receita dos fundos comunitários das candidaturas (Escola 1º Ciclo, Centro de Actividades Ocupacionais para Deficientes, entre outras) que a autarquia perdeu por não ter iniciado as obras no prazo obrigatório.

Num orçamento em que anualmente as receitas previstas rondam os 25 milhões de euros, chegar ao fim do exercício com um saldo acumulado de 11,750 milhões é um grave e preocupante sinal da incapacidade deste executivo para investir e realizar as obras, as acções e as intervenções de que o concelho de Mértola tanto e tão urgentemente necessita.

Os principais factores que levam a esta situação de mau aproveitamento dos recursos financeiros de que a autarquia actualmente dispõe são a falta de visão, de estratégia, de planeamento, de organização e de colaboradores devidamente preparados e bem geridos.

Estas carências e deficiências traduzem-se, por sua vez, na incapacidade para concretizar as centenas de acções previstas/prometidas recorrentemente nas grandes opções do plano e orçamento e, consequentemente, executar as despesas a elas inerentes, resultando, no final, na taxa de execução mais baixa de sempre, desde que temos Poder Local democrático.

Perante esta abundância de dinheiro que sobra anualmente do orçamento do município, custa a entender e a aceitar que continuem por ser concretizadas aspirações há muito ansiadas e promessas sempre adidas e que, ao invés, se assista a um retrocesso no papel determinante que a câmara tem que ter na resolução dos problemas das pessoas e do concelho.

A título de exemplo refiro apenas algumas as principais, em que os indicadores pioraram em vez de melhorarem:

1-Habitação: falta de habitação e de terrenos, degradação do património habitacional da autarquia, rendas elevadas

2-Acessibilidades: degradação total das estradas Fernandes/Pomarão, Mértola/Serpa e Mértola/Almodôvar

3-Saúde: perda de médicos, inexistência de suficientes médicos de família, carência de serviços de saúde e de assistência de urgência

4-Transportes: insuficiência de transportes dentro do concelho e de ligação aos municípios vizinhos, Lisboa e Algarve

5-Centro Histórico, Mina e Pomarão: degradação dos imóveis, inexistência de apoios, despovoamento, redes de arruamentos, água, esgotos, energia e comunicações degradadas ou sem resposta adequada

6-Comunicações: rede de fibra óptica muito insuficiente em todo o concelho

7-Património: degradação acentuada do Centro Histórico, da muralha e da frente ribeirinha, estagnação da candidatura a património da humanidade

8-Coesão socioeconómica: diminuição do poder de compra, da qualidade de vida e aumento do risco e das situações de pobreza, agravamento da pobreza energética

9-Participação e cidadania: extinção do orçamento participativo e não execução das propostas aprovadas em 2019, discriminação de colectividades, não apresentação pública de projectos

10-Juventude: não realização de viagem de jovens, encerramento do Espaço Jovem de Mértola, inactividade do Conselho Municipal da Juventude

11-População: perda e envelhecimento acentuado da população e emigração significativa de jovens

Finalmente, também não se compreende, face ao facto de sobrar anualmente tanto dinheiro, porque razão a Câmara fica com uma percentagem tão elevada do IRS que pagamos, ao estipular que apenas devolve 3,5% aos munícipes quando podia ser 5%, já que para a autarquia 178 mil euros em 37 milhões não tem expressão e para os contribuintes pode ter significado.

Jorge Pulido Valente

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