Nos partidos políticos , em quase todos, existe uma figura, o
controleiro/a e comissário/a político, muitas vezes funcionário/a do dito,
responsável, como o nome indica, por controlar o aparelho partidário, o seu
funcionamento e zelar pela aplicação das orientações e decisões da direcção e
dos dirigentes máximos.
lmente este/esta personagem não é escolhido/a pelos seus méritos, capacidades ou habilitações, bastando evidenciar, desde muito cedo (normalmente nas juventudes partidárias), a sua total disponibilidade para acatar ordens e orientações sem as questionar minimamente nem sequer as analisar ou reflectir sobre elas.
Como não tem o mínimo de sentido crítico este indivíduo/a, para se evidenciar positivamente junto dos seus chefes tem tendência a ser mais papista que o papa e a assumir posições autoritárias ao sentir-se mandatado pelas mais altas instâncias para transmitir orientações e fazer cumprir ordens, mesmo que em determinados contextos elas não sejam aplicáveis.
Em muitos concelhos estes fiscais partidários são nomeados pelos
presidentes de câmara para cargos públicos de confiança política (chefe de
gabinete, assessor, adjunto) de modo a garantir-lhes um salário (que nalguns
casos têm de partilhar minimamente com o partido) e instrumentos de intervenção
e controle também dentro dos serviços autárquicos.
Como o nome indica esta figura vive obcecada por tudo controlar não vá
haver algum desvio do pensamento único, surgirem opiniões divergentes da linha
oficial que afrontem as do poder instituído ou protagonistas que façam sombra
aos mandantes.
Os controleiros e comissários, por vezes, acumulam
com a presidência dos órgãos partidários concelhios, para que nada escape à
ortodoxia.
Ao longo da minha vida política cruzei-me e tive que conviver com alguns
destes personagens, mas nunca consegui dar-me bem com eles nem aceitar as suas
tentativas de controle e de imposição de pensamento único, e muito menos nutrir
por eles simpatia o respeito.
Lamentavelmente, muitos deles singraram dentro dos aparelhos partidários
e hoje ocupam os "jobs for the boys" quer a nível nacional quer
regional e local.
Jorge Pulido Valente
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