Nota Prévia
A partir de hoje Jorge Pulido Valente vai oferecer-nos uma crónica semanal sempre com o titulo, Cidadania (activa).
Carlos Viegas
Cidadania é o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e sociais por parte dos cidadãos.
Uma boa cidadania implica que os direitos e deveres
estão interligados, e o respeito e cumprimento de ambos contribuem para uma
sociedade mais equilibrada e justa.
Já cidadania activa é um conceito que se aplica a
todas as pessoas que integram e se comprometem com a comunidade. Isto é, o
cidadão activo está absolutamente envolvido em todos os assuntos que
correspondem à ncomunidade em que vive e na qual participa. Em contraste a esse
cidadão comprometido, existem também aqueles que não participam em nada dentro da
comunidade.
Os meus primeiros passos na cidadania activa foram
dados há mais de 40 anos, pela mão de António Serrão Martins, em Mértola, na
comunidade pela qual me apaixonei e em que decidi viver e criar raízes.
Na verdade, foi o exemplo de dedicação à causa pública
e à comunidade do então presidente da Câmara de Mértola que procurei seguir ao
longo da minha vida pessoal e política.
Procurei fazê-lo na comunidade mais restrita de
Mértola, mas também, ao longo dos anos, na mais geral do Alentejo.
Tive a oportunidade de exercer a cidadania activa não
só em diversos cargos políticos e técnicos como também, em conjunto com outros
cidadãos activos, na criação e dinamização de diversas colectividades de
interesse público e sem fins lucrativos, na área cultural, desportiva,
económica e social.
Exerci ainda a minha cidadania activa no âmbito
político através da actividade partidária quer fosse como poder quer como
oposição.
Mais recentemente, desencantado e desiludido com os
partidos políticos, mas não desistindo nunca da cidadania activa, tenho
procurado dinamizar movimentos e criar organizações que envolvam os cidadãos na
participação interventiva em defesa dos seus interesses e dos da comunidade.
Assim surgiram o Forum Mértola Participação e
Cidadania, o Movimento Independente Unidos por Mértola e Pelas Pessoas e, num
âmbito diferente e mais específico, a Associação de Moradores do Centro
Histórico de Mértola.
Infelizmente e lamentavelmente, o(s) poder(es)
instalado(s), os partidos políticos e os seus dirigentes, pouco habituados à
prática da democracia participativa e ao exercício da reflexão e do debate
franco e aberto, veem nestas organizações apenas contrapoderes e nas suas
críticas e propostas de melhoria tão só ataques políticos das oposições, em vez
de, inteligentemente, aproveitarem estes contributos da actividade cidadã voluntária
para enriquecer, ampliar e melhorar o seu trabalho e a sua intervenção na
comunidade.
Dada a minha disponibilidade atual, participo com
regularidade nas reuniões públicas de câmara, pedindo informações e colocando,
no período destinado ao público, questões, criticas e propostas. Aquilo que
deveria ser considerado um acto normal de participação cidadã na vida do
concelho e uma boa prática, é entendido por quem está no poder, mas não só,
como uma acção de oposição, uma perda de tempo, uma “chatice” e, às vezes, como
um ataque ao partido que representam.
Muitas vezes até os que nos são mais próximos,
familiares e amigos, nos dizem: “que necessidade é que tens de te meter nisso,
já não te podem nem ver, só te estás a prejudicar, ficas mal visto”, como se
exercer um direito que acidadania nos confere pudesse ser entendido como um
“pecado” ou até uma ofensa.
Mas não desisto, não abdico dos meus direitos e enquanto puder continuarei apraticar a cidadania activa em prol da comunidade em que vivo e na qual játenho as minhas raízes com mais de 40 anos!
Jorge Pulido Valente
Sem comentários:
Enviar um comentário
Se quer comentar inscreva-se no Blog
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.