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segunda-feira, 1 de maio de 2006

1º de Maio

Quase meio milhão de portugueses assinala hoje o 1.º de Maio à procura de emprego.
Alguns indicadores:
Em Portugal:
- 480.164 desempregados estavam inscritos nos centros de emprego no final do mês de Março/ 2006
- 42,000 licenciados no desemprego em Março
Na Europa:
12.000.000 de homens e mulheres desempregados na Zona Euro e 18.400.000 na União Europeia em Fevereiro segundo estimativas do Eurostat
No Mundo:
50% dos trabalhadores são pobres, vivem com menos do equivalente a dois dólares por dia, não têm acesso aos sistemas de protecção social ou trabalham na economia paralela, conforme dados da OIT

(da imprensa)

12 comentários:

  1. este número de desempregados não corresponde à realidade. É muito mais gente.

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  2. Dramático é também o aumento da pobreza e da exclusão social.
    E nós já tivémos há 10 ou 15 anos atrás um tempo de vacas gordas para inverter todo este cenário e não aproveitámos o maná da CEE.
    Não vejo que hoje, no meio de toda esta crispação se consiga inverter o que quer que seja porque é enorme o poder das corporações e interesses instalados.
    Do meu ponto de vista há um esforço gigantesco e colectivo a fazer que não vai com falsas baixas por atestado, mini-férias de feriados e pontes, muita praia, barriga ao sol e sardinha assada.

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  3. @question mark?

    BRAVO!ESSA É MESMO A VERDADE.

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  4. Em jeito de reavivar a nossa história recente transcrevo:
    "
    O «DIA DO TRABALHADOR»

    DECRETO-LEI N.° 175/74, DE 27 DE ABRIL
    Tendo a Junta de Salvação Nacional assumido os poderes legislativos que competem ao Governo, decreta, para valer como lei, o seguinte:

    ARTIGO 1.º
    É instituído como feriado nacional obrigatório o dia 1 de Maio, considerado o «Dia do Trabalhador».

    ARTIGO 2.°
    Este diploma entra imediatamente em vigor.

    Visto e aprovado pela Junta de Salvação Nacional em 27 de Abril de 1974.

    Publique-se.

    O Presidente da Junta de Salvação Nacional, António de Spínola.
    " sic

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  5. @Amigo ToKyo,
    Isto é para ajudar ao tema que propõe que quanto a mim é da máxima importância
    Até acho que mais pessoas deviam de dar ideias e abordar o assunto.

    (Atenção: eu sou do Benfica !!!!)

    Agora até temos um Livro Verde das Relações Laborais. E pelos vistos o retrato que lá vem do nosso mercado de trabalho está muito tremido: "continuamos a ser um país de salários baixos" e com uma elevada percentagem de pobres entre os que trabalham.
    Ainda por cima, "a desigualdade na distribuição dos rendimentos é máxima".
    Estou só a citar o que li.

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  6. Assim que se falou em trabalho até os comentários são menos.
    Digam lá a um que esteja no centro de emprego que há trabalho pra fazer dando serventia de pedreiro ou indo cavar prás valas.
    É o vais.
    Por isso acho que há muito desempregado sim senhor mas há muito trabalho pra fazer.
    Todos querem o emprego mas ninguém quer é trabalhar
    trabalhe o preto
    assim devemos ir longe

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  7. Caros todos, aqui vai uma colherada:

    Li por aqui que os números, grandes ou pequenos, não são verdadeiros, ouvi no rádio o nosso Primeiro declarar que não acredita no aumento do desemprego que a Pitoniza da UE pressagiou, a edil de Vila Verde quer repovoar a zona com desempregados brasileiros ((já que os tugas desempregados não aceitariam ir para lá com casa à conta e outras facilidades, embora com ordenado mínimo,) O Min Trab diz que se for tudo legal, não há problema e alguns dos imigrantes convidados (importados) já disseram que por agora é aquilo, mas que procurarão melhor (legítimo!))) e nós temos um feriado (como os religiosos, também extensivo a quem não trabalha!); e tudo bem...

    "Continuamnos a ser um país de salários baixos..." é apenas uma opinião e depende do ponto de vista; diria eu, que somos um país com cada vez mais precariedade de emprego, e em que cada vez é mais fácil manipular quem deseja/precisa de trabahar; as empresas fecham aos milhares e com que facilidade! Há regiões que já têm associações de desempregados provenientes de empresas que fecham.
    O que é que falta? Rever a legislação ou aplicar a legislação?
    Incentivar de facto a criação de postos de trabalho mas, por outro lado, garantir dignidade para esses empregados. Flexibilizar (mais para um lado do que para outro).

    Bem, isto foi só um desabafo (com uma perspectivazita marxista!).

    Vai longo este post, ou comentário, ou... sei lá.

    Ver-nos-emos em Mértola.

    BléMartins

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  8. Há quem diga ou, pelo menos, quem justifique a nossa falta de produtividade como sendo um resquício da escravatura. Parece que se trata de um legado de um passado muito doloroso. Daí a nossa "antipatia" pelo trabalho. Daí, também, que aceitemos mais facilmente a palavra emprego.
    Há quem diga que só há uma região no país onde o trabalho tem valor positivo: o Minho. Aí, é entendido que o trabalho dignifica o homem. No restante território, o trabalho é entendido como algo que só faz quem não sabe fazer mais nada ou que o trabalho é para o preto.

    E há quem diga que (e isto são constatações sociológicas) que o sul, católico, se caracteriza por ser dependente, enquanto que os paises do norte da europa , protestantes, são autónomos e criativos. Diz-se, também, que o sul abraçou fascismos e partidos comunistas fortes, ao passo que a norte, o capitalismo permitiu uma relação diferente com o valor do trabalho.

    Obviamente que todos estes factores estão aqui apresentados de forma ligeira,abreviada. Mas não deixa de ser interessante pensar que com Lutero (reforma protestante) houve a necessidade de cada um, individualmente, ser capaz de ler a Biblia para poder interpretá-la sozinho. Assim, esses países tiveram "campanhas de alfabetizaçao" no séc. XVI, enquanto que as nossas começaram há 30 anos! E tudo porque os protestantes entendem que a relação com Deus é individual e não precisa de intermediário.Já os católicos precisam da figura do padre para que lhes explique o que está escrito nos textos sagrados. E foi talvez desta diferença que parece pequenina, (ser capaz de ler a Biblia sozinho e precisar de o padre para a entender) que se evoluiu de forma dependente(católica) e de forma autónoma(protestant). É claro que isto não explica tudo. Mas se calhar não conseguimos explicar a aversão ao trabalho sem entendermos o que está na génese.

    Querem comentar?

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  9. Cara Al Na'ir:

    Acho que tocou onde dói na ferida.

    Alguém me explicou, há muito tempo a etimologia de Trabalho e Lavor. Nós usamos trabalho, os países germanicos usam "labour".

    Trabalho vem do Latim "tripaliu": aparelho de três paus para sujeitar os cavalos que não se deixam ferrar. Mais tarde foi o nome dado ao chicote de tr~es pontas com que se incentivava os escravos. Além disso também significa fadiga; cuidado; aflição; preocupação. Terá esta origem alguma coisa a ver com o que sentimos em relação à palavra?

    Labour (lavor) vem do Latim labore, trabalho manual ou intelectual; labor; obra de agulha feita por desenho; lavrado; ornato em relevo; fruto de arte pessoal; rendimento.

    A culpa permanente da nossa herança judaico-cristã, a necessidade de depender de terceiros mais certos e poderosos, a necessidade de confissão a deus através de representantes castradores e castigadores, torna a nossa arte uma obrigação e a justa recompensa para ela quase um favor que nos fazem. Por isso não amamos o nosso trabalho. Por isso preferimos dizer que gostamos do nosso emprego. Por isso nos aconselham quando vamos a uma entrevista de emprego a dizer submissos: Eu quero trabalhar e não eu quero um emprego onde possa mostrar a arte que tenho. Por isso ouvimos coisas como: Que sorte, tem um emprego estável e entrou para os quadros. Mesmo quando somos bons naquilo que fazemos, achamos que é um favor darem-nos emprego.

    Porque é que não somos produtivos?

    Acho que primeiro é porque a maior parte dos portugueses não ama aquilo que faz. Mesmo as gerações novas, que podem ter qualificações, entram nas faculdades porque aquele canudo tem saída ou porque é a média possível, preparando um caminho de frustração futura. Quem não tem brio no que faz não o pode fazer bem.
    Depois temos na verdade muita gente em lugares de chefia que não estão muito preocupados com o futuro nem são muito competentes. Querem tirar o máximo no mínimo tempo possível, sem nenhum tipo de preocupação com o seu meio social, com os outros, com o ambiente e com o futuro.

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  10. Olá Talisca :))

    Sei que não deveria estar a dialogar, mas parece que há consenso em relação a tudo quanto já foi dito neste post. Pelo menos a avaliar pelo reduzido nº de coments.
    Pela minha parte, continuo com dúvidas e a fazer perguntas :))

    Gostaria de lembrar que a tradição judaica-cristã tanto nos influência a nós como a qualquer cidadão de um país nórdico. Acontece que por lá, não se põe o problema da produtividade.

    Atendendo ao cristianismo protestante, verificamos que a "esmola" é algo que não faz sentido para aquelas pessoas. O que faz parte daquela cultura,o que lhes faz sentido, é dar a quem precisa, oportunidade de trabalho porque é isso que dignifica a pessoa. Claramente que se faz o apelo da autonomia. Ao invés, nós cultivamos a dependência.
    É deplorável a situação em que vejo certas pessoas: à espera que a Câmara ou a Sta. Casa lhes arranje emprego!!! ou outra entidade qualquer que acham que têm obrigações para com eles! No fundo, adoptam a atitude de quem espera "esmola". Faz-me impressão não só a atitude de dependência como a de paternalismo (de quem entende que tem nas suas mãos o poder de distribuir a "esmola"). O proteccionismo insane a que chegámos, e esta atitude do "deixa estar que nós pensamos por ti", aflige-me.

    Por outro lado, confesso que sonho com o dia em que me posso reformar! :) não para não fazer nada, mas para poder fazer coisas diferentes. Coisas que me agradam e que ainda não tive oportunidade de experimentar. Não posso pensar que só o poderei fazer daqui a taaantos anos!

    Enquanto que uns não encontram nada para fazer, a mim faltam-me horas no dia para realizar o que gosto.
    E muitas vezes penso que o Professor Agostinho da Silva tinha toda a razão: "O Homem não foi feito para trabalhar, foi feito para criar"!

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  11. A Zona euro e a União europeia não é o mesmo?

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