Crónica Cidadania Activa 23
“Iniciaram-se recentemente as
sessões de trabalho da Intervenção Territorial Integrada Água e Ecossistemas da
Paisagem. Estas sessões visam essencialmente a preparação do Plano de Ação
previsto nos Programas Regionais do Alentejo e do Algarve, cujos investimentos
permitirão sustentabilidade, resiliência e competitividade dos recursos, das
comunidades e dos territórios de fronteira do Alentejo e do Algarve, sensíveis
às alterações climáticas e à desertificação, com particular impacto na
disponibilidade hídrica e na biodiversidade.
A ITI envolverá um montante total
de 50 Milhões de Euros (M€), envolvendo cerca de 20 M€ de fundo do Programa
Regional Alentejo 2030, o que permitirá o desenvolvimento de projetos em áreas
como: a proteção ambiental e dos ecossistemas; a disponibilidade hídrica e uso
eficiente da água; a economia verde e circular; a investigação e inovação; a
valorização e revitalização económica e social e a capacitação e
sensibilização.”
Este vai ser um instrumento de
planeamento estratégico e financeiro, estrutural, fundamental e decisivo para a
sustentabilidade do território do Baixo Alentejo nas suas múltiplas dimensões,
ambiental, económica e social.
É, por isso, necessário envolver
a comunidade e os seus diversos agentes individuais e colectivos, públicos e
privados, no processo, desde o seu início, para que, por um lado, os seus
contributos possam ainda ser integrados e, por outro, para que todos de preparem,
com tempo, para os desafios e oportunidades que irão surgir ou que serão criadas.
Para que tal aconteça, é
indispensável adoptar, desde logo, um modelo de governação integrada,
partilhada, participativa, multinível e multissectorial, pois só assim a intervenção
será verdadeiramente territorial e integrada e se obterão os benefícios de uma
abordagem holística, coerente, coordenada e convergente.
As CCDR do Alentejo e do Algarve,
responsáveis pelo programa, já estão no terreno a realizar as acima referidas
sessões de trabalho, mas só isso não chega. É preciso que os municípios e as
ADL repliquem estas iniciativas, descentralizadamente em todo o território do
Baixo Alentejo, para que as organizações e os cidadãos sejam devidamente informados,
chamados a participar com os seus preciosos contributos e estimulados a preparem,
em parcerias alargadas, ideias, projectos, iniciativas e acções.
Há muito trabalho prévio a fazer
e em áreas novas, bastante complexas e difíceis, pelo que deveria ser
constituída uma bolsa de agentes especialistas, para dinamizarem processos de
capacitação, informação e formação dos agentes nas comunidades, de modo a que o
Plano de Acção possa estar ajustado, com rigor, à realidade dos territórios e
às suas necessidades específicas.
Desde já, fica também aqui o
desafio aos actores locais e regionais para se interessarem pelo assunto e
participarem proactivamente no processo de construção deste Plano de Acção,
decisivo para o desenvolvimento sustentável do nosso território de fronteira do
Baixo Alentejo com o Algarve!
Jorge Pulido Valente
Sem comentários:
Enviar um comentário
Se quer comentar inscreva-se no Blog
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.