Alarga-se hoje a participação no Blogue - Mértola . Conseguimos
convencer uma jovem da minha geração com muito mais inclinação para a escrita
do que eu a participar assiduamente neste espaço deliciando-nos com as suas
palavras, as suas descrições fantásticas, com o seu humor e com o seu
espírito de observação. Celeste Contente faz-nos companhia regular
começando hoje com um poema cujo tema é Mértola.
A minha terra
Myrtilis.
Martulah.
Mértola.
Talvez nascida em honra de alguma deusa.
Talvez...
A minha terra já falou latim e árabe e outros falares do
mundo.
As marés traziam o cheiro de outras terras na subida do rio,
Os barcos traziam mais e diferentes pessoas e saberes
Era porto importante de troca de negócios e de ideias.
Quantos amores foram embalados nas águas do rio,
Quantos amores foram apartados pelas águas do rio.
Quantas mouras encantadas se desencantaram…
Altaneira, orgulhosa da sua beleza
Como se fosse uma rainha com o castelo por coroa,
O branco das casas sobre os ombros como um manto,
Os pés a descansar nas águas brandas do Guadiana.
Sob a luz do sol poente refulge, dourada.
Na noite, enigmática e mágica cintila qual Camelot do rei
Artur.
Quente. Muito quente,
Abrasa no verão de dias longos quase irrespiráveis
Sob o sol impiedoso.
Nas ruas, nem bafo de vento nem vivalma.
À tarde, ameniza-se o calor no refresco,
Na esplanada com amigos.
No inverno, sabe a
chá quente tomado no aconchego do lar.
Cheira a eucalipto e a felicidade à chegada.
Cheira a saudade quando a partida aperta o coração
Quem visita a minha terra fica preso na beleza da paisagem
No silêncio do rio
Na magia da história.
Eu? Estou presa por toda a eternidade
No abraço do castelo, na bênção da mesquita e no embalo do
Guadiana.
Celeste Contente
Muito Bem!!! Adorei ter a Celeste aqui...o poema é lindo
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