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quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Pequenas obras em Lisboa “esmagam” grandes investimentos em Beja

 

Beja tem estado nas “bocas do país” devido aos investimentos públicos realizados nos últimos anos pela Administração Central. O montante gasto pelo Estado na cidade tem sido alvo de críticas e vários projectos apontados como inapropriados. O Aeroporto de Beja, o Parque de Feiras e Exposições e as novas instalações da ESTIG – Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Beja, foram os últimos investimentos que viram questionada a sua utilidade.

O Aeroporto é de longe o investimento mais desacreditado. O “elefante branco”, como é apelidado por muitos, custou cerca de 33 milhões de euros. Pode parecer muito mas o montante chega a ser ridículo quando comparado com um investimento público na capital do país. O último troço da Circular Interna de Lisboa (CRIL), entre a Buraca e a Pontinha, com 3,6 quilómetros, inaugurado em 2011, custou 151 milhões de euros. Com este valor seria possível construir quase 5 aeroportos como o de Beja. Cada quilómetro de estrada custou 42 milhões de euros, mais 9 milhões que o aeroporto de Beja.

A saída do Túnel do Marquês para a Avenida António Augusto de Aguiar, em Lisboa, foi inaugurada há menos de um ano. O projecto, lançado por Pedro Santana Lopes, inaugurado em 2007 e concluído 5 anos depois, custou cerca de 23 milhões de euros. O Túnel no interior de Lisboa tem uma extensão de 1 725 metros. O Parque de Feiras e Exposições de Beja custou 11 milhões de euros, ou seja, metade que o Túnel do Marquês.

As obras da segunda fase da ESTIG tiveram um custo aproximado de 10 milhões de euros. A sociedade pública Frente Tejo, já extinta, investiu 20 milhões de euros na reabilitação do Terreiro do Paço. Dois anos após a reabertura foram lançadas, em Maio do ano passado, novas obras. O investimento público em Beja custou aos contribuintes metade do valor da beneficiação da praça da baixa Lisboeta.

Em matéria de comparações bastante mais haveria a acrescentar. O aproveitamento dos investimentos públicos na região depende não só das instituições locais como do Poder Central. Seria importante questionar porque não são os investimentos devidamente rentabilizados.

No Baixo Alentejo parece ser cada vez mais evidente a incapacidade dos políticos em unirem-se em torno dos interesses regionais. As lógicas partidárias facilmente se sobrepõem à satisfação das necessidades das populações.

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