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sexta-feira, 8 de abril de 2011

Entre o País e o poder, escolhe-se ...o poder

Grave irresponsabilidade politica, é assim que intitulo a atitude das forças politicas opositoras ao Governo, que culminou no passado dia 23, na Assembleia da República, com a demissão do Primeiro-ministro. Acreditei sempre até à última hora que a responsabilidade de representação do povo português no Parlamento falaria mais alto do que o interesse desmesurado pelo poder, mas tal não aconteceu. Apesar dos discursos demagógicos contra o PEC 4, dizendo que o povo português não aguenta mais contenção, nem aguentaria mais cortes, eu sempre pensei que após uma avaliação responsável da situação politica e económica em que nos encontramos os protagonistas desses discursos lançariam ao governo propostas suas, e que estas seriam negociadas com outras do governo, donde sairia um conjunto de medidas adequadas à situação actual, que teria, entre outros, o objectivo de evitar a entrada do FMI, que é na minha opinião, uma situação pior para todos os portugueses. Mas tal não aconteceu. Sem ideias, sem propostas, sem engenho para contrariar a crise decidem votar contra o trabalho apresentado pelo Governo. Medidas difíceis que nos obrigariam a viver em contenção, mas tal como todos já interiorizamos, necessárias. Remetem assim essas pessoas o Pais para uma crise ainda maior, mais profunda, e com a clara agravante de vermos aplicado a Portugal um plano de contenção com medidas anti-crise aplicadas pelo FMI, e deixarmos de ser nós, portugueses, a escolher o nosso caminho para ultrapassar a situação, mas a sermos obrigados a cumprir o que nos for indicado, quer seja razoável ou não. E isto porquê? Irresponsabilidade política! Falta de capacidade e vontade de diálogo! Falta de patriotismo! Apenas pela sede de poder, sem ligar a outros valores. E ainda os ouvimos dizer: “A bem de Portugal, como os portugueses precisam!” Não sabem nem têm o direito de, lançando o país para uma crise maior, e para eleições antecipadas nesta altura, dizer que é o que os portugueses precisam. Não é verdade, era precisamente isto que o País não precisava. Basta olharmos para a Irlanda, ou para a Grécia, que estão a cumprir planos do FMI, com as suas populações em desespero, com constantes manifestações e desordens na via pública, com as famílias e as empresas a não conseguir cumprir os seus compromissos, para chegarmos à conclusão que este é o pior dos caminhos possíveis. E é também aquele que ficará mais caro ao País, com o custo acrescido dumas eleições legislativas, de termos o Governo dois meses em gestão, e do descrédito perante a União Europeia e as instituições financeiras europeias, que nos desvalorizam a cada hora que passa.

Como português sinto-me lesado e até magoado por estarmos na situação em que estamos. Um país como Portugal, com toda a sua história de conquistas, de diplomacias inteligentes que valorizaram a Pátria, chegar a uma situação destas, de total descrédito. Situação que não foi criada no presente, pelo que devo aqui referir, em abono da verdade, grande parte da culpa dos partidos mais à direita do Governo, que durante anos de sua gestão “engordaram” a máquina do estado e tomaram opções despesistas, e agora, esses mesmos fazem “cair” o governo e vão ajudar a afundar ainda mais. Esta opção politica leva o Pais e os portugueses a situações sociais muito complicadas, de desespero, de perda do poder de compra e redução de direitos, como os subsídios de férias e/ou Natal. E tudo porquê? Pela “pequenina” vitória de obrigar à demissão do Primeiro-ministro e a eleições antecipadas, mas esquecendo que o cenário que provocaram é uma grande derrota para Portugal e para os portugueses! Por Jorge Rosa In Correio Alentejo

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