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domingo, 30 de maio de 2010

Os "pecados" de Alegre



Eis os principais "pecados" de Alegre:

1º Ser poeta e ter ganho, entre outros, o Prémio Pessoa;

2º Estar entre os dois poetas portugueses que mais vendem;

3º O que lhe concede autonomia financeira;

4º Quando regressou do exílio, em 1974, não conheceu outro partido político a não ser o PS;

5º Lutou sempre ao lado de Soares com vista a instauração de uma democracia pluralista e ajudou a salvar o PS da “OPA” de Manuel Serra;

6º Está igual ao que sempre foi: socialista democrático e filiado no PS. Pode assim ver-se ao espelho e sentir-se bem;

7º Pensa por si próprio e tem convicções seguras: republicano, socialista, democrata e patriota;

8º Defende a Constituição da República, o Serviço Nacional de Saúde, a Escola Pública, as liberdades públicas e os direitos sociais e económicos conferidos aos portugueses pela Constituição;

9º Não só tem convicções, como é o único político português no activo que não tem complexos com a palavra PÁTRIA, que quase sempre prefere ao estafado “este país”;

10º Deixou o Parlamento e não foi incluído nas listas de deputados por vontade própria;

11º Tem um discurso claro, sem tergiversações, e um desígnio para Portugal se for eleito Presidente da República;

12º É um homem da Esquerda democrática, assumido.

13º É capaz de dialogar e estabelecer pontes, sempre que necessário, com outras forças políticas, da Esquerda ou da Direita, com os sindicatos, com os patrões;

14º Não exerce nem exerceu qualquer lugar de administração em empresas públicas ou privadas;

15º Dispensa treinadores de dicção ou de maneiras.


Para além destes “pecados”, já de si graves nos tempos que correm e que normalmente os seus detractores não se atrevem a expressar, apontam ao candidato outros “pecados menores”, uns assumidamente, outros pela forma covarde e anónima dos online: desertor das Forças Armadas, responsável pela perda da maioria absoluta do Partido Socialista e, espanto dos espantos, falta de perfil para o cargo de PR!

Ah, candidatou-se também cedo demais e sem pedir autorização ao Partido Socialista!

Há muito falta de memória (parafraseio de novo Jorge Coelho): foi Jorge Sampaio que concertou com o PS, a ano e meio de vista das presidenciais de 1996, a sua candidatura à Presidência?





4 comentários:

  1. Tudo isto é verdade, mas... o homem ganhou os 10 % do bloco mas perdeu 20 do PS.Se tivesse tido cABEÇA CHEGAVA LÁ MESMO SEM O PERFIL PARA para a função.
    Vamos ver mas não creio muito, mesmo com o Cavaco em baixa.
    Terá que perder muito da sua arrogância e viver mais ao lado do povo.
    A sua prática neste concelho não lhe dá grandes garantias de vitória.
    Talvez conquiste ao Cavaco a familia Matias Palma, mas o que vai perder daqueles que trabalham para a aquela familia? Feitas as contas por aqui não vai haver muita alegria..

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  2. Caro Bresnev

    Os votos, depois de contados, não têm nome nem dono: são apenas votos. Por isso se diz que os votos vêm e vâo ou, se se preferir, vão e vêm.

    Quando os PS ganhou a maioria absoluta, havia votos provenientes de outros partidos. Na hora de os contar, foram votos para o PS, sem nome e sem dono.

    Ora, tanto quanto me lembro, em 2006 Jerónimo de Sousa ganhou em Mértola com 1580 votos. Alegre ficou em 2º lugar com 1068. A seguir vem Cavaco Silva com 998 e depois Mário Soares com 570 votos. O candidato do Bloco de Esquerda apenas obteve 152.

    Se a prática no concelho for relamente esta, isto é, se os números que apontei são os verdadeiros, então Alegre não terá muitas razões para estar preocupado com Mértola. Muito pelo contrário. E mesmo sem necessitar dos votos da família que o caro Bresnev mencionou e que provavelmente votará Cavaco se este se recandidatar.

    Quanto à alegada arrogância de Alegre, não o acompanho no seu juizo. Não creio que seja arrogante. Diria, antes, inconformista e "rebelde", de fortes convicções, se quiser. Mas arrogante, não creio.

    Ao lado do povo vivemos todos nós, uns com maior nível de vida, outros com menos. Uns e outros votam. Como comecei por dizer, na hora da contagem, não se sabe quem é rico e quem é pobre. São votos do povo que vota!

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  3. A politica para mim é muito local. Tudo é reflexo do que se passa cá no burgo e cá para mim o Alegre não me inspira confiança.

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  4. Caro Carlos Viegas

    Respeito evidentemente o seu estado de alma. Ter ou não ter confiança em determinada pessoa depende do que cada um de nós pense acerca dos outros. E posso assegurar-lhe que não está sozinho. É justamente na diversidade das nossas convicções e sensibilidades que reside a grande riqueza das sociedades plurais. O que vale por dizer que o sentido nobre da Política se realiza justamente na diversidade das convicções, seja a nível local, seja a nível nacional. Ponto é que a exerçamos sempre com elevação e diginidade, como é decerto o seu caso.

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