Já me referi aqui ao que então chamei de entorse do actual quadro partidário. E fi-lo a propósito do Bloco de Esquerda, que considerei também tratar-se de um epifenómeno, destinado a desaparecer na primeira esquina do tempo.
Efectivamente, com uma implantação predominadamente urbana e não discutindo a qualidade intelectual do
sua principal figura - Francisco Anacleto Louçã - a verdade é que o BE resultou de uma amálgama de pequenos partidos marxistas/leninistas/trotzquistas, sem vocação de poder, hábil na capitalização de descontentamentos, usando como ninguém os espaços mediáticos e fazendo da demagogia o seu mais importante trunfo.
Assitiu-se, assim, a um crescimento desmesurado do Bloco - uma espécie de albergue espanhol - à custa de alguns descontentes, uns provenientes da ala esquerda do Partido Socialista, outros do próprio Partido Comunista.
A recente sondagem efectuada pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa mostra um Bloco de Esquerda a cair para cerca dos 6% das intenções de voto dos portugueses, uma queda para metade do que conseguira na última sondagem (12%) e menos quatro pontos percentuais do que obtivera nas últimas eleições legislativas! Clique aqui para ver.
Costuma dizer-se que "as sondagens valem o que valem", mas não deixa de ser significativo que, num espaço de tempo tão curto, o BE apareça com uma expressão bem mais próxima da sua real representatividade.
Curiosamente, o Partido Socialista subiu nas intenções de voto dos portugueses, reforçando-se agora nos 41%, um resultado que o coloca próximo da maioria absoluta.
Surpresa? Eu penso que não. Debaixo de fogo cerrado desde há tantos e tantos meses, o que podemos e devemos concluir é que a opinião publicada está longe de corresponder à opinião pública, isto é, àquilo que os portugueses realmente pensam do Partido Socialista que suporta o Governo.
Com "atentados contra o Estado de Direito", acusado de "condicionar a liberdade de imprensa", de "suprimir a liberdade de expressão" e de "institucionalizar a censura", o Governo do PS soube resistir heroicamente a esta extraordinária barreira de fogo, respondendo os portugueses às aleivosias contra ele direccionadas com mais 3 pontos percentuais nas suas intenções de voto.
Será que os partidos da oposição não saberão tirar as devidas ilações?
Se tivesse que fazer uma análise sobre esta sondagem, difcilmente faria algo de diferente.A CDU ninguém espera nada dali a não ser aguardar pelo momento de cada proposta ser votada que é sempre não. Depois o CDS muito bem vem capitalizando os descontentes do PC e pasme-se da CDU que espaço ele ocupou.Um reformado um agricultor um desempregado já confia mais no CDS do que no OC ou CDU.Quanto ao PS o povo já percebeu que a comunicação social já o papel da oposição da maldic^^encia. De tudo ou que foi dito nada se provou. Alguma Justiça, alguns jornalistas, alguns jornais têm feto o que podem para destruir o primeiro minsitro, mas ele lá vai fazendo o seu caminho e aumentando nas sondagens.
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