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terça-feira, 16 de maio de 2006

Momento de reflexão...

uns dias, navegava eu num forum (dum jogo) que costumo frequentar e deparo-me com um post de alguém intitulado "O que somos nós afinal?", que continha o seguinte texto:

"Um dia, ao transpor um rio, a Preocupação viu terra argilosa: pensativamente tomou um pedaço e pôs-se a modelá-lo. Enquanto reflectia sobre a sua criação apareceu Júpiter. A Preocupação pediu-lhe que insuflasse espírito na argila modelada. Júpiter acedeu.
Querendo a Preocupação atribuir o seu nome à estátua, Júpiter opôs-se-lhe, propondo o seu próprio.
Enquanto Júpiter e Preocupação discutiam por causa do nome, levantou-se a Terra manifestando o desejo de que fosse o seu nome atribuído à estátua, já que fora ela a fornecer-lhe o corpo. Apelaram os contendores para o julgamento de Saturno e este sentenciou o seguinte:
- Tu, Júpiter, uma vez que lhe deste o espírito, receberás o espírito aquando da sua morte; tu, Terra, uma vez que lhe deste o corpo, é o corpo que receberás. Mas, uma vez que foi a Preocupação que primeiramente o modelou, é ela que possuirá enquanto viver. Quanto ao nome, que foi o que gerou a controvérsia, chamar-se-á Homo uma vez que é feito de humo."

HEIDEGGER, Martin, Sein und Zeit (Ser e Tempo), Max Niemer Verlag, Tubingen

Ora escusado será dizer que isto levantou uma saudável discussão acerca do que é que cada um acreditava sobre o nosso surgimento e o nosso papel no mundo... Por isso decidi colocar também aqui este pequeno texto do filósofo Heidegger para todos puderem fazer uma crítica ou darem a sua opinião.


3 comentários:

  1. Mário não sei da tua idade nem o que fazes - estudas? tens emprego? tás desempregado? és reformado - por isso te pergunto se encontraste o heidegger por acaso nesse forum ou já tinhas ouvido falar dele quando andaste a estudar?

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  2. por acaso estudo...mx inda n tinha ouvido falar dele s n tivesse encontrado o texto no forum...so k dpx mostreio ao meu prof d filos e ele e k m explicou kem era HEIDEGGER.

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  3. Existe uma lenda muito antiga chinesa, quando até a china ainda era uma criança, na província de Hubei, na região de Wuhan, perto do rio Chang Jiang, que conta assim:

    Nessa altura só havia dragões, que dançavam no ar e eram felizes e brincavam com os kami. As eras passaram e um dia nasceu um dragão deformado, que não voava, era mais pequeno e não possuía a força ou a graça dos outros.

    Apiadando-se dele, os outros deixaram-no viver. Amando a beleza dos seus companheiros, mas não podendo partilhá-la com eles, o deformado começou a construir coisas, obras de arte com ossos e peles e madeira que os demais admiravam. Como fosse fraco, arranjou ferramentas para caçar, explorar a terra, encontrar minério.

    Alguns dos outros dragões, espantados com a arte, abandonaram o voo e os kami e seguiram-no na terra. Com o tempo tornaram-se estranhos uns dos outros.

    Os que se mantinham a voar achavam graça e tinham piedade dos que nunca mais voaram e labutavam na terra construíndo coisas, tornando-se mais pequenos e fazendo casas onde se escondiam dos kamis do vento e da chuva.

    Os filhos de uns e de outros passaram a desconfiar da outra facção. Os filhos dos terrestres não percebiam porque tinham os seus pais abandonado o voo e invejavam e odiavam os voadores. Cosntruíam coisas cada vez mais complicadas para se sentirem superiores. Palácios e castelos. Fizeram armas e quando se sentiram audazes atacaram e mataram quase todos os dragões voadores.
    Os dragões voadores que restavam fugiram do olhar da terra protegidos pelos kamis.
    Tinham aprendido uma lição paradoxal com os que já não eram dragões: "Só possuis verdadeiramente aquilo que podes destruir. E aquilo que não podes possuir, tentas destruir."

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