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quarta-feira, 14 de abril de 2021

Horticultura em Mértola: rendimento e sustentabilidade - Opinião de Jorge Pulido Valente (In Rádio Pax)

 

A Horticultura em Mértola, desde tempos imemoriais, que desempenhou um importante papel, apesar da sua pouca expressão em termos da área total agrícola e da produção. Todos os núcleos habitacionais do concelho, maiores ou mais pequenos, tiveram e têm em seu redor ou até no seu interior hortas que forneciam e fornecem aos agregados familiares um importante complemento no abastecimento alimentar e, muito excepcionalmente e em reduzida escala em locais mais férteis e com disponibilidade de água, um excedente para comercialização ou oferta aos mais próximos, familiares ou vizinhos.

Atendendo à pobreza dos solos e à reduzida disponibilidade de água, à excepção de meia de dúzia de áreas restritas, a produção destas hortas e a comercialização dos seus produtos dificilmente proporcionará emprego e rendimento para se constituir como uma actividade económica estruturante do território, funcionando a sua maioria como complementos a vencimentos e reformas. No entanto, com necessários apoios públicos e privados locais, pode e deve ter um importante papel não só nos circuitos alimentaresno território de Mértola como também na ligação de corredores verdes.
A sustentabilidade ambiental, territorial e social desta horticultura está comprovada por séculos de existência em harmonia com o território, a biodiversidade, a paisagem e as pessoas.
Face a este quadro, incrementar, melhorar e inovar nesta área, requer uma reflexão e um debate participado por todos para a construção de uma estratégia comum, evitando, entretanto, gastar, sem avaliação prévia da sua representatividade territorial e da sua mais valianem escrutínio público (quem paga, quem recebe e quem lucra?), centenas de milhares de euros do orçamento municipal em modelos importados, sem aplicação, utilidade e adequação minimamente testadas e comprovadas.

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