Vamos falar de


terça-feira, 17 de outubro de 2023




Crónica Cidadania Activa 38
Sustentabilidade


Celebrou-se no passado dia 25 de setembro o Dia Internacional da Sustentabilidade.
Lamentavelmente pouco ou nada se ouviu falar sobre o tema e foram muito poucas as iniciativas e acções realizadas para assinalar o maior desafio que a humanidade tem pela frente. Na verdade, nenhum motivo haveria para comemorar a data, mas muitos haveria para refletir, debater, reclamar, reinvindicar e agir.
De facto, é preocupante ver como os poderes políticos internacionais, nacionais, regionais e locais estão tão alheados da urgência de acções concretas para que a humanidade consiga cumprir, no prazo que foi definido pela ONU, as metas estipuladas para os 17 objectivos do desenvolvimento sustentável. A avaliação feita recentemente e os indicadores apresentados apontam para um enorme atraso relativamente às metas que era proposto atingirmos até 2030.
Faltam a coragem e a ousadia políticas para tomar as decisões de fundo que permitam concretizar as acções concretas que são necessárias e urgentes.
Em Portugal temos, agora, infelizmente, um ministro do ambiente e secretários de estado sem visão nem ambição, e que em vez de afirmarem os valores e as estratégias ambientais e protegerem os nossos recursos naturais, se limitam a ser facilitadores de investimentos, mesmo que eles comprometam as metas ambientais com que o governo se comprometeu nacional e internacionalmente.
Com efeito, os governantes desta área só têm sido notícia graças às polémicas intervenções de protesto e não por apresentarem políticas públicas, medidas, projectos ou acções que sejam contributos válidos e significativos para atingirmos as metas e objectivos fixados nas estratégias elaboradas e aprovadas durante o mandato do anterior ministro.
Por outro lado, a nível regional e local, quer nas CCDR quer nas câmaras municipais (com algumas honrosas excepções), muito se publicita e propagandeia (green washing), mas pouco se implementa e se faz de concreto, nomeadamente nos capítulos, urgentíssimos, do combate e adaptação às alterações climáticas e da eficiência e transição energéticas.
Para além do deficit de acção imediata para a promoção da sustentabilidade ambiental, também as outras dimensões da sustentabilidade – territorial, demográfica, social e económica – estão fora das prioridades de intervenção das agendas dos decisores políticos, sejam eles locais, regionais, nacionais ou internacionais.
E assim, vamos caminhando para que no próximo ano se atinja ainda mais cedo a data em que esgotamos a capacidade do planeta para sustentar a nossa espécie e para que no próximo dia 25 de setembro assinalemos o Dia Internacional da (In)Sustentabilidade!

Jorge Pulido Vaalente

segunda-feira, 16 de outubro de 2023






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Crónica Cidadania Activa 37

O que (não) esperar para 2024 -Localmente(Mértola)

Que o problema da falta de habitação seja resolvido
Que todos tenham médico de família
Que todos tenham acesso a transportes adequados
Que seja criado o Cartão +Rendimento
Que haja mão de obra disponível
Que haja um programa municipal de captação e integração de imigrantes
Que sejam tomadas medidas efectivas de combate ao despovoamento
Que as estradas nacionais e municipais sejam reparadas
Que seja construído o novo parque empresarial
Que sejam concluídas as obras de saneamento básico e arruamentos no concelho
Que seja reabilitado o património habitacional municipal no Centro Histórico
Que seja instalada a fibra óptica onde não exista
Que seja reparada e reaberta a Estrada da Ribeira
Que sejam renovadas as infraestruturas e os pavimentos no Centro Histórico
Que seja finalmente terminado o Lar de S. Miguel
Que o custo da Estação Biológica de Mértola não continue a subir
Que seja construído o Centro Ocupacional para Deficientes
Que seja construída a nova Escola Primária em Mértola
Que sejam feitas as obras no Centro de Documentação da Mina de S Domingos
Que sejam concluídos os arruamentos na Mina de S. Domingos
Que seja aberto o Orçamento Participativo e executados os respectivos projectos
Que sejam valorizadas as Azenhas do Guadiana
Que seja concretizada a navegabilidade do Rio Guadiana Pomarão- Mértola
Que seja lançado o Programa de Combate à Pobreza Energética
Que sejam criadas as Comunidades de Energia Renovável do Centro Histórico e da Mina de S. Domingos
Que sejam implementadas as medidas previstas no Plano Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas
Que seja criada uma verdadeira Rede Alimentar, com inclusão das Hortas Comunitárias
Que seja recusada a captação de água no Pomarão para reforço do abastecimento de água ao Algarve
Que o PS volte a ser PS (democrático, aberto, tolerante, pluralista)
Que a participação e a cidadania sejam respeitadas e reforçadas
Que haja liberdade de expressão e de oposição
Que o mérito prevaleça sobre a fidelidade partidária e o amiguismo
Que o poder local seja democrático e não autocrático
E que chova!

JorgePulido Valente
Todas as reações:
Teodora Costa, Fernando Martins e 7 outras pessoas

XIV Feira da Caça

 

Mértola tem novo serviço de entrega de refeições ao domicílio in Diário do Alentejo 13 de outubro 2023 - 11:00


O objetivo é “apoiar a restauração local e a população”

O projeto “Mértola.Come”, que entrou em vigor no final de setembro e é gratuito, visa “facilitar a vida dos comerciantes e da comunidade”, explicou à agência “Lusa” o presidente da Câmara Municipal de Mértola, Mário Tomé.

Segundo o eleito, o serviço conta com a adesão de 12 restaurantes da vila, que têm assim uma alternativa “para combaterem os custos de contexto de desenvolverem negócios de sucesso em territórios como o de Mértola”.


“A restauração em Mértola é de excelência, mas os custos de distribuição são pesados e fazem-se sentir, diminuindo a sua competitividade face a estabelecimentos que se encontrem noutros locais”, acrescentou. Por isso, o projeto irá permitir aos comerciantes “o aumento do número de refeições servidas e reduzir os custos com as mesmas, caso as servissem nos seus estabelecimentos”.

“Também dá uma resposta aos munícipes e visitantes, uma vez que torna possível receber em casa ou no trabalho, com total comodidade, a grande variedade dos pratos locais, ajudando simultaneamente na organização da sua vida diária”, disse.

Mário Tomé adiantou ainda que a implementação do projeto Mértola.Come obrigou a câmara municipal a ajustar “algumas questões logísticas e de recursos humanos”. “Foi mais um alargamento do serviço de entregas de compras ao domicílio que já efetuávamos, através do projeto Frescos Sobre Rodas, e esperamos que o sucesso seja semelhante”, observou.

O autarca destacou também a componente ambiental associada ao serviço de entregas, dado ser utilizado um veículo elétrico. “Também por aí se faz com que o Mértola.Come seja um serviço sustentável e responsável no que a emissões diz respeito”, frisou.

Para já, a recetividade da comunidade “está a ser muito positiva”, ainda que o projeto esteja a funcionar apenas na sede de concelho. “Dada a dimensão geográfica de Mértola, torna-se inviável a sua aplicação” em todo o território, justificou o presidente da autarquia.

O projeto vai estar a funcionar de forma experimental até ao final do ano, mas poderá ter continuidade depois dessa data. “Estou confiante em que, face ao sucesso que espero que alcance, o possamos continuar a fazer durante todo o ano de 2024”, concluiu Mário Tomé.

“LUSA”

In Diário do Alentejo

domingo, 15 de outubro de 2023

Promessas...

Promessas...


Em Julho após visita do SE da Saúde, Mário Tomé anunciou em comunicado da Câmara Municipal de Mértola :

A partir do próximo mês de outubro o Centro de Saúde de Mértola irá contar com o contributo de mais dois médicos, a tempo parcial, o que permitirá consolidar a resposta dos cuidados de saúde primários no concelho de Mértola às necessidades em saúde da população;

Hoje, Setembro, o Centro de Saúde de Mértola tem 1 médico para todo o concelho. Será que os 2 prometidos a tempo parcial para Outubro era já a contar com esta situação? Melhorias? Aguardamos esclarecimentos da CMM!

Jorge Pulido Valente



Crónica Cidadania Activa 36 O que (não) esperar para 2024

Crónica Cidadania Activa 36

O que (não) esperar para 2024


Internacionalmente
Que a guerra na Ucrânia acabe
Que a imigração tenha uma resposta adequada
Que os fenómenos climáticos extremos não aumentem
Que as taxas de juros baixem
Que as emissões de gases com efeitos de estufa diminuam drasticamente
Que o Covid não volte
Que seja evitada a recessão
Que a democracia vença o populismo

Nacionalmente
Que o PS volte a ser PS
Que o PS saiba utilizar a sua maioria absoluta para governar melhor
Que o PR perceba que não é PM
Que este governo avance com as reformas estruturais nos vários sectores da administração pública: habitação, saúde, educação, justiça, ambiente, regionalização, coesão social
Que a oposição seja responsável e consequente
Que a inflação desça
Que os salários e pensões aumentem
Que o poder de compra e as condições de vida dos portugueses melhorem
Que a imigração seja uma solução e não mais problemas
Que o combate e a adaptação às alterações climáticas sejam uma prioridade de acção
Que haja mão de obra
Que a sangria demográfica seja estancada
Que as prestações da casa não subam mais
Que a cidadania se reforce
Que o poder local se democratize
Que as novas CCDR não comprometam a verdadeira regionalização
Que o mérito prevaleça sobre o amiguismo
Que os partidos políticos deixem de ser dominados pelos carreiristas
Que haja bom senso
E QUE CHOVA!

Jorge Pulido Valente

Crónica Cidadania Activa 35 Imigração, até quando?

Crónica Cidadania Activa 35

Imigração, até quando?

Portugal, há semelhança de quase todos os países europeus, tem, em simultâneo, um preocupante problema de falta de mão de obra e outro, muito grave, de perda de população.

A imigração é, por isso, não só uma necessidade como uma solução para esses problemas. Outros países da Europa, economicamente mais atractivos, de mais fácil acesso e que começaram mais cedo a confrontar-se com este fenómeno sofrem hoje gravíssimos problemas com a imigração e com as enormes dificuldades de integração de populações de tão diferentes origens e culturas. Países de fora da Europa passaram pela mesma situação mas souberam ter políticas públicas e programas de imigração organizada, o que lhes permitiu por um lado obter a mão de obra para satisfazer as suas necessidades e recuperar demograficamente e, por outro, proporcionar aos novos residentes melhores condições de vida.

Perante o sucesso destas políticas de imigração e integração e o insucesso (inexistência) das outras, certamente que não será difícil perceber qual deveria ser o caminho a tomar. Infelizmente, quer o governo quer as autarquias continuam a ignorar o problema e, mais grave, a deixar que ele se agrave e agudize – com as consequências negativas irreversíveis que todos conhecemos – sem definirem políticas públicas e medidas concretas para o resolverem. Preferem assobiar para o lado e esperar que o “mercado” tudo resolva.

Como nos dá conta uma notícia recente, aos problemas que se verificam na agricultura, vão se acrescentando agora outros sectores, como, por exemplo, o dos TVDE, em que os motoristas são obrigados a dormir nas viaturas, ou o da restauração, em que não existem horários de trabalho. Simultaneamente, perante a passividade dos poderes instituídos, cresce a apreensão e o desconforto das populações locais, que conhecedoras das graves situações que se vivem nos outros países da Europa, receiam que o mesmo venha a ocorrer no nosso país.

Não se entende, por tudo isto, que o Governo não tenha uma politica de imigração proactiva! A imigração planeada e organizada é uma solução, a imigração “selvagem e mafiosa” é mais um problema a acrescentar aos muitos que já temos.

Até quando o Governo e autarquias vão deixar que esta situação se agrave e se agudize mais?

Jorge Pulido Valente