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segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Crónica Cidadania Activa 34 - Estamos fritos!









Crónica Cidadania Activa 34

Estamos fritos!

Metafórica e literalmente, estamos fritos devido às alterações climáticas. Este verão tem demonstrado claramente que já no nosso tempo de vida e não apenas no dos nossos filhos e netos, não temos escapatória possível, ou alteramos os nossos comportamentos e os nossos hábitos ou a vida ao ar livre, em determinadas épocas do ano, vai tornar-se impossível em grande parte do planeta. A espécie humana, como já está a acontecer com outras que estão a extinguir-se, não vai ter capacidade para se adaptar em tempo útil às novas condições climáticas, pelo que tem, necessariamente, que mudar de vida e proteger-se da adversidade e agressividade do ambiente que ela própria criou.

A mitigação das alterações climáticas, nomeadamente, através da redução das emissões de gases com efeitos de estufa, já não é suficiente para parar ou reduzir os processos de entropia nos ecossistemas e de consequentes perdas irreversíveis de habitats e espécies, o que está a provocar um gigantesco desequilíbrio ambiental, cujo impacto não conseguimos avaliar em toda a sua extensão e profundidade.

Lamentavelmente, os nossos governantes locais, regionais, nacionais e internacionais (à excepção da ONU) continuam sem tomar medidas de políticas públicas que permitam fazer face a este fenómeno gravíssimo e assustador. Limitam-se a elaborar estratégias e planos, não sendo capazes de avançar com intervenções estruturais e acções concretas com verdadeiro impacto positivo na vida das pessoas.

Com verões mais longos e ondas de calor cada vez mais frequentes não se percebe, por exemplo, como é que ainda não foram tomadas medidas para alterar a sazonalidade e os horários de certas actividades, sobretudo as que têm que decorrer ao ar livre.

Nas minhas férias de verão este ano, apercebi-me que, futuramente, ou escolho outra época ou só posso ir para sítios onde as temperaturas sejam garantidamente mais amenas, porque até o ir à praia se torna insuportável e perigoso durante a maior parte das horas do dia, já para não falar em passeios ao ar livre nas cidades ou no campo.

Em Mértola, onde resido, as temperaturas de verão, seja de dia e, cada vez mais frequentemente, seja de noite, são tão elevadas que se começa a verificar uma diminuição da procura de turistas na tradicional época alta. Mesmo assim, os horários de trabalho dos serviços, das lojas e os de abertura ao publico dos pontos de interesse turístico continuam a ser, absurdamente, exactamente os mesmos.

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