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quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Infelizmente, tenho que reconhecer!



Custa-me muito ouvir dizer e ter que reconhecer que apesar de todas as coisas boas, dos atractivos e das potencialidades que tem, Mértola é, actualmente, um concelho hostil e repulsivo para quem tenha pensado aqui se fixar e viver.

A começar pela habitação (inexistente)com preços proibitivos quer para arrendamento quer para aquisição ou construção

Os transportes escassos e as acessibilidades sem as mínimas condições, até de segurança .As comunicações deficientes ou inexistentes. A energia intermitente e oscilante

Os serviços públicos: a saúde sem respostas e sem médico de família, a educação sem ofertasuficiente, a justiça, a conservatória e as finanças a caminho da extinção no curto prazo-

O comércio caro e deficitário em termos de oferta de produtos e serviços e de horários de funcionamento.

O nível de vida cada vez mais elevado e muito acima das reais possibilidades económicas da maioria da população de reformados.

O ambiente socio político agressivo, divisionista e castigador dos não-alinhados A Câmara paralisada, sem capacidade de intervenção e de resposta perante os problemas que se avolumam.

E finalmente, o clima que se agrava em cada verão que passa, tornando a vida insuportável para quem não disponha de recursos financeiros e técnicos para amenizar as temperaturas nas habitações.

A Câmara com um mais que confortável orçamento de 37 milhões de euros poderia ter um papel determinante na alteração desta situação e do cenário de agravamento que se perspectiva no curto prazo, mas o executivo da câmara ainda não percebeu qual é que deverá ser o seu papel num concelho como este, pelo que limita-se a gerir, sem eficácia mas com muita aparente simpatia e boas palavras, o dia a dia, preocupado sobretudo com a popularidade e os interesses politico partidários e da respectiva clientela, que garantam a perpetuação no poder e pouco ou nada com o futuro do concelho e das suas gentes.

Sem liderança, visão, planeamento, organização e equipa técnica devidamente estruturada e gerida, os serviços da câmara vão perdendo colaboradores experientes, motivação e capacidade de intervenção e, simultaneamente o executivo vai sendo cada vez mais impotente para dar resposta às solicitações dos munícipes.

Os problemas agravam-se e a autarquia, como o executivo camarário reconheceu já publicamente, embora com significativas disponibilidades financeiras, está sem capacidade de resposta em todas as áreas e sem poder de intervenção junto dos ministérios ou dos serviços da administração central, apesar de ser da mesma cor política do governo

As consequências nefastas desta incapacidade e incompetência para gerir os destinos deste concelho traduzem-se já por um lado nas baixíssimas taxas de execução física e financeira das Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2022 e, por outro, no adiamento ou abandono de projectos e obras e na consequente perda de financiamentos comunitários para as mesmas.

Jorge Pulido Valente

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