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domingo, 19 de dezembro de 2021

Nota de imprensa do Fórum Mértola Participação e Cidadania -


Fórum Mértola Participação e Cidadania apresenta contributos para a revisão do Plano Director Municipal

 Na sequência da realização, no âmbito da discussão pública, da sessão de debate organizado pelo Fórum sobre a revisão do PDM do concelho de Mértola, um grupo de cidadãos enviou para a Câmara Municipal e para a CCDR Alentejo um documento com uma avaliação e importantes contributos para melhoria do Relatório do Estado de Ordenamento do Território no concelho de Mértola, peça base e fundamental no processo.

Dada a extensão do documento enviado apenas salientaremos aqui alguns dos pontos mais importantes, a saber:

1 - Refere o relatório, logo na sua introdução, “uma gestão territorial sustentável passa pelo envolvimento direto dos interessados e pela co-responsabilização dos atores-chave” e ainda “o princípio da participação procedimental, está consagrado no artigo 267 da Constituição, sendo obrigação da Administração Pública ”aproximar os serviços das populações e assegurar a participação dos interessados na sua gestão efectiva”.

Deveria, por isso, a autarquia promover iniciativas que informassem e capacitassem a população e dinamizassem a participação dos cidadãos e cidadãs e das suas organizações neste processo de revisão do PDM.

Dado que tal não aconteceu durante o curto período (optou-se pelo prazo mínimo de 15 dias e sem se proceder a uma divulgação mais intensiva e sem qualquer destaque no site da autarquia) fixado pela câmara e que o arquiteto Carlos Marques, coordenador do processo, foi impedido pelo executivo de participar na única sessão realizada sobre o tema (organizada pelo Forum), propõe-se que o período de participação pública seja prolongado por mais 15 dias e que o município, durante esse tempo, realize pelo menos uma sessão pública de esclarecimento.

2 - O documento apresentado é manifestamente superficial, insuficiente e incompleto, apresentando omissões e lacunas graves e muito significativas no que respeita à avaliação realizada às diversas áreas, sectores e temas específicos. A avaliação quantitativa apenas é feita ao nível demográfico e nem sequer se fundamentam as várias análises e conclusões em dados e indicadores numéricos

3 - Este documento deixa de fora processos de transformação do território que foram marcantes, como por exemplo, o agro-pecuário, o florestal, o cinegético, o de conservação e regeneração de habitats (v.g. reintrodução do lince ibérico), o do parque habitacional e o da rede urbano rural e de serviços de interesse geral.

Também não se aborda, ainda que fosse sucintamente, a alteração verificada ao nível do emprego, em que se passou de uma situação de elevado desemprego para a de carência de mão de obra em todos os sectores.

4 - Não se compreende a ausência a qualquer referência à nova Zona Empresarial e Logística (Coitos/Bernardinos), anteriormente assinalada no PU e que agora desaparece dos IGT (na sequência da revisão do PU de Mértola), e desprovida de adequada justificação em contradição clara, com a procura existente e potencial e, nomeadamente, com o consensualmente proposto nos programas eleitorais de todas as candidaturas autárquicas nas recentes eleições autárquicas de setembro de 2021.

5 - A referência à candidatura Património Mundial é superficial. Caso esta avance, ou não, mas como Mértola está na Lista Indicativa deve reger-se pela normativa relativa aos bens em via de classificação pelo que a área do Bem e da Zona Tampão deve estar bem definida no Plano no PDM já que inclui não só o Centro Histórico mas também todo o arrabalde (até à rotunda), o Além Rio e a zona do Convento

O Fórum teve acesso a um outro contributo enviado à CMM por um particular que aponta as insuficiências apontadas e outras igualmente graves, esperando-se, agora, que a autarquia tenha em consideração estas pertinentes observações e sugestões e que proceda às indispensáveis correcções e ao suprimento das lacunas e omissões detectadas.

Todo este processo e a forma como tem vindo a ser conduzido revelam da parte do executivo camarário uma incapacidade e inoperância no que respeita ao planeamento estratégico, o que resulta em grande prejuízo para o desenvolvimento do concelho

 

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