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terça-feira, 27 de junho de 2017

Contingências da Vida


O dia amanheceu já quente.

Custou-lhe sair da cama. Esfregou os olhos, espantou a preguiça e num passo rápido limpou o corpo com água bem fria, como o calor já pedia. Na cozinha já cheirava a café de “escolateira”, preparado pela mulher e o pão quente com margarina – a manteiga que há uns meses fazia companhia ao pão, era agora um luxo – aguçava o apetite matinal.
- Estás animado para enfrentar o que te espera?
- Sim, se tu também estiveres aqui para me apoiares.
Na soleira da porta, um beijo rápido e uma festa ternurenta na barriga de sete meses deram-lhe ânimo. Apressou o passo para se dirigir à paragem do autocarro que o conduziria à vila próxima e ao centro de emprego. Já no seu lugar e sentindo no corpo os buracos da estrada em obras há um tempo sem fim e sem fim à vista, perdeu-se nos pensamentos.

Tinham-se juntado muito jovens – porque as posses não permitiam festas de casamentos - moravam numa casa modesta mas cómoda e agora esperavam o primeiro bebé que já sabiam ser menina e se iria chamar Maria, nome de quase todas as mulheres de ambas as famílias. E Teresa, como a mãe. Nasceria em Outubro.
Ele, tal como Teresa, trabalhavam na queijaria da família. Uma empresa pequena, reconhecida na região e já premiada com várias distinções, permitia que todos vivessem desafogadamente e contribuía para empregar mais três pessoas da aldeia. Também por esse facto fora distinguida com uma medalha por um júri nacional entendido no assunto. Mas a crise que se instaurou no país foi mal distribuída e afectou principalmente “os mais pequenos”. De repente, o dinheiro ganho mudou-se todo para os impostos e para a segurança social, deixando a família e os empregados quase sem meios para sobreviver. E a empresa fechou. E levou sonhos, e alterou planos e modificou vidas.
Um último solavanco do autocarro anunciou a chegada à vila.
“Agora vai realmente começar a minha luta” pensou enquanto o ar ainda mais quente lhe entrou nos pulmões quando a porta se abriu.
Aproveitou as escassas sombras, e o centro de emprego apareceu ao dobrar da esquina. Respirou fundo o ar quente de Agosto e empurrou a porta esperando que o ar condicionado estivesse a trabalhar, para o refrescar um pouco. A sala estava “à cunha”. Cheirava a suor mascarado de desodorizante, cheirava a angústia e a desconsolo. Não cheirava a esperança. Sem olhar, tirou o número de uma máquina que já tinha tido melhores dias e onde se lia “Procure aqui o seu emprego” como se a senha fosse o passaporte para o El Dorado. Começou a espera na única cadeira vazia, já desconjuntada, que devia ser da época da máquina das senhas. Ganhou coragem e olhou em volta. Os rostos fechados, olhos esmorecidos e tristes, espelhos claros de uma alma cinzenta. “ Olha o Zé António, a empresa do pai também fechou, tal como a nossa. Estamos à procura do mesmo. A D. Inácia? Pensava que estava empregada, sempre tão bem disposta à hora da bica e a dizer que não tinha grandes problemas de dinheiro… O Sr. Manuel Francisco? Mas ele apanhava sempre a carrinha de manhã e voltava à tarde… Pois é, o orgulho ferido e ceder à realidade crua não são coisas fáceis. Na idade deles há-de ser ainda mais difícil… muito novos para a reforma, muito velhos para trabalhar… o discurso do costume.
O calor aumentava no ar pesado de transpiração e o guinchar cansado do aparelho do ar condicionado exasperava-o, punha os nervos em franja a qualquer um. Uma criança, aborrecida e encalorada, começou a chorar, impertinente.
Avistou o funcionário do balcão de atendimento. O André Mestre. Colegas de escola, colegas de curso profissional … Eram amigos inseparáveis. Que saudades desses tempos que pareciam ser já tão longínquos. O André estava sentado a uma secretária num espaço onde o ar condicionado trabalhava silenciosamente - talvez para não envergonhar o “amigo” da sala de espera, que se esforçava cada vez mais e refrescava cada vez menos. O rapaz que estava a ser atendido saiu com a desesperança estampada no rosto. “Isto está mau” disse, à laia de confidência, desanimado…
A sala ia ficando vazia e a máquina, já roufenha, apitou e marcou o seu número a letras vermelhas
- Bom dia. Diga – a voz do André era fria, impessoal, diferente da escola.
- Então André? Como vais? – perguntou com amizade estendendo a mão… em vão.
- Ah. És tu. Vou já avisando que não abro excepções para ninguém, nem amigos nem conhecidos. Aqui são todos iguais. Eu cheguei aqui por concurso e vou cumprir o que me mandam. O resto, os papéis é que mandam. São as contingências da vida.
- Eu não te estou a pedir nada, nem tenho intenções de o fazer. Só quero aquilo a que tenho direito. Eu e muitos milhares como eu. Uma oportunidade para trabalhar. Preciso trabalhar, tenho família. – disse, com a voz dividida entre a humildade e a revolta.
Entregou os papéis, que foram aceites com frieza. O som dos carimbos era como tiros que matavam a sua esperança. Mas levantou a cabeça e saiu, sem estender a mão.

Não esperou muito tempo. Na véspera do nascimento da Maria Teresa recebeu uma carta. Devia apresentar-se de novo no centro de emprego. Ficou com o coração apertado, pediu o carro emprestado ao pai para que a viagem fosse mais rápida, não fosse falhar o nascimento da filha que estava quase a acontecer.
Desta vez não tirou senha, não havia ninguém à espera, nem ouviu o barulho do aparelho do ar condicionado. E não viu o André. O funcionário que o atendeu era pessoa nova na vila, pareceu-lhe simpático. E cumprimentou-o com um caloroso aperto de mão.
- Está com sorte. O seu CV foi apreciado, o seu curso de formação profissional e o seu estágio garantiram-lhe aqui um contrato por tempo indeterminado. Vamos dar andamento ao processo para começar o mais breve possível, isto é se aceitar. Estamos mesmo a precisar de ajuda. Infelizmente, nos tempos que correm, estes serviços são muito procurados.
- Claro que sim, nem vou ser hipócrita e dizer que vou pensar. Tenho família, a minha filha nasce por estes dias.
- Ora ainda bem.
- E o André? – perguntou.
- Ah, o André. Sabe, as pessoas escreveram muito no livro de reclamações e ele teve que sair, foi despedido.
Alguns dias depois do nascimento da filha, começou o trabalho. Mas chegou mais cedo para poder direccionar o ar condicionado do seu gabinete para a sala de espera, desligar o outro velhinho e queixoso aparelho, endireitar a máquina das senhas e colocar um cartaz actual e motivador - sobretudo de esperança - para enfrentar o mundo do trabalho – ou da falta dele. Mas esperança e ânimo.
A sala de espera encheu-se de novo. O primeiro cliente entrou no gabinete. Levantou-se e estendeu-lhe a mão numa atitude afável e bem-educada, para o receber. O aperto de mão não foi correspondido pelo jovem que estava à sua frente, cabisbaixo, envergonhado e frio.

Era o André!

Maria Happy

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Bruno Afonso e Marco Apura nas finais A de 500 e 1000 m do Campeonato da Europa


O canoista do Clube Náutico de Mértola Bruno Afonso alcançou conjuntamente com o seu colega Marco Apura lugar em duas  finais A do Campeonato da Europa de Juniores e Sub23 nas tripulações de C2 500 e 1000 metros.
A Final de 1000 metros tem lugar no Sábado 24 ás 12,26h (hora de Belgrado). Acompanhw aqui
A final de 500 metros tem lugar no Domingo 25 ás 13,25h (hora de Belgrado). Acompanhe aqui

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Portugal presente no Europeu de Juniores e Sub23 de velocidade - Clube Náutico de Mértola representado por Bruno Afonso

ACTUALIZAÇÃO
A tripulação de Bruno Afonso foi apurada para a semi final dos 1000m.


A equipa nacional de velocidade de Juniores e Sub23 prepara-se para partir para a Sérvia, mais concretamente para Belgrado, onde irá participar no Campeonato da Europa de Juniores e Sub23 que decorre na capital sérvia entre os dias 22 e 25 de junho.

Portugal estará presente nesta competição com um total de 18 atletas que serão orientados pelos técnicos Nacionais da FPC, João Tiago Lourenço e Joana Sousa.

Destaque para a olímpica Francisca Laia, atleta com maior currículo nesta comitiva, que é composta por um total de 8 jovens atletas juniores e 10 Sub23.

Atletas convocados
Hugo Rocha - CNMarecos 
Luís Ferreira - CNCrestuma 
João Pereira - CNPLima 
Bruno Moreira - CNPLima 
Artur Pereira - CNFão 
Igor Pinho - CCOVar 
Francisca Laia - SCPortugal 
Márcia Aldeias - CNMarecos 
Marco Apura - CNCrestuma 
Bruno Afonso - CNMértola
Rúben Boas - Gemeses 
Manuel Luís Santos - CRPArnelas 
Adriano Conceição - Crestuma 
Messias Batista - CNPLima 
Maria Rei - SavedraGuedes 
Sara Sotero - CMCosta do Sol 
Inês Costa - CNPLima 
Francisca Carvalho - FPC
A comitiva parte para Belgrado no próximo dia 20 de Junho, terça-feira estando o inicio da competição agendada para quinta-feira, dia 25 de Junho.
Bruno Afonso, canoista do Clube Náutico de Mértola integra esta grande equipa na tripulação C2 500 e 1000 m Sub 23 com o atleta Marco Apura do Clube Náutico de Crestuma.


Embarcações Portuguesas
Francisca LAIA -  K1 200m Under 23 Women
Márcia ALDEIAS/ Francisca LAIA  - K2 500m Under23 Women 

Hugo ROCHA K1 200m Under23 men
Igor PINHO/Artur PEREIRA/Luis FERREIRA/Bruno Moreira -K4 500m Under 23 
Luis FERREIRA/João Pereira - K2 1000m Under 23
Bruno Moreira  - K1 1000m Under 23
Bruno AFONSO/Marco Apura- C2 1000m Under 23
Bruno AFONSO/Marco Apura  - C2 500m Under 23
Francisca Carvalho  - K1 200m Junior  Women
Sara Sotero/Francisca Carvalho - K2 500m Junior Women
Sara Sotero/Francisca Carvalho/Maria Rei/inês Costa - K4 500m Junior Women
Maria Rei - K1 500m Junior Women
Messias BAPTISTA - K1 200m Junior 
Luis Santos/Ruben Boas/Messias BAPTISTA/Adriano Conceição - K4 500m Junior 
Luis Santos/Ruben Boas - K2 1000m Junior

Startlist provisória da prova aqui

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Iniciação á canoagem


O Clube Náutico de Mértola vai organizar uma acção de Iniciação á Canoagem.
Inscreve-te e vem experimentar !!!!Vais gostar.
Para informações mais detalhadas contactar o treinador Luís Godinho 961 593 019 ou a secretaria do Clube pessoalmente ou através do 286612044.
BOAS PAGAIADAS

terça-feira, 20 de junho de 2017

Arqueologia para todos em Mértola

Até ao final de junho, o Museu de Mértola sai à rua com a exposição de peças arqueológicas em vários locais da vila. No dia 23, no cine-teatro Marques Duque, decorre a iniciativa arqueologia pública, na qual os profissionais podem falar diretamente para a comunidade e dar a conhecer melhor o seu trabalho.
Para os mais novos, nos dias 24 e 25 de junho decorre na Alcáçova do castelo a ação “Da escavação ao Museu”. Porque a história se escreve todos os dias, será inaugurado no dia 25 de junho mais um monumento em Mértola, O Mural da História, na rua Dr. Afonso Costa, uma criação de NASSA – Núcleo D’Artes de Mértola. De 3 a 28 de julho decorrem os campos de trabalho em arqueologia na Encosta do Castelo de Mértola, destinado a jovens dos 16 aos 30 anos.
A organização é da responsabilidade da Câmara Municipal de Mértola, do Campo Arqueológico de Mértola, Centro de Estudos em Arqueologia, Artes e Ciências Patrimoniais e da Universidade do Algarve, com o apoio da Secretaria de Estado para a Ciência, a Tecnologia e o Ensino Superior e a Direção Regional de Cultura do Alentejo.

Jovens de Mértola visitam Estocolmo de 14 a 17 de setembro


A viagem cultural dos jovens de Mértola deste ano, que terá lugar de 14 a 17 de setembro, tem como destino a cidade de Estocolmo. As inscrições decorrem de 21 de junho a 5 de julho.

Festas da Vila de Mértola com Expensive Soul e João Pedro Pais


As tradicionais Festas da Vila de Mértola arrancam na próxima sexta-feira com muitas atividades, com destaque para os concertos dos Expensive Soul (dia 23 – 23h00) e João Pedro Pais (dia 24 – 23h00), no cais do Guadiana. No domingo ao final da tarde decorre a sardinhada, oferta da Câmara Municipal.

Para além da música junto ao rio Guadiana, as Festas da Vila de Mértola contam com vários momentos como a deposição de uma cora de flores em homenagem aos antigos combatentes, junto ao monumento, de uma aula “Be Fit”, no Parque de Lazer, de um concurso de pesca desportiva, de teatro para crianças, bailes tradicionais e da inauguração do Mural da História, na Rua Dr. Afonso Costa.

Câmara Municipal de Mértola lança campanha de solidariedade e apoio a Pedrogão Grande com oferta de 7.000 euros (1 euro por cada habitante do concelho de Mértola)

Na sequência dos trágicos acontecimentos registados em Pedrogão Grande, a autarquia de Mértola não podia ficar indiferente e manifesta toda a sua solidariedade para com todas as vítimas do incêndio, bem como para todos os agentes de proteção civil, com particular destaque para os valorosos corpos de bombeiros envolvidos no combate ao incêndio. Numa hora muito difícil para os familiares de todas as vítimas, a Câmara Municipal de Mértola apresenta as suas mais sentidas condolências, acompanhadas de um voto de conforto para todos, bem como uma palavra de grande solidariedade para com as autarquias locais afetadas por esta tragédia. Paralelamente, foi rapidamente decidido um apoio, em representação de todos os habitantes deste concelho num gesto solidário e abrangente. 

Por cada habitante do concelho de Mértola será oferecido um euro (1 €) o que se traduzirá num apoio de sete mil euros (7.000 €). 

Pode estar aqui o princípio de uma enorme onda de solidariedade a nível nacional, já que outros municípios a podem acompanhar.


A solidariedade e o apoio a quem mais necessita está no ADN desta autarquia, sendo obrigação de quem pode, ajudar quem mais precisa.

segunda-feira, 19 de junho de 2017

64 mortos em Pedrógão Grande. 70% do incêndio dominado


70% do incêndio está dominado, mas o que resta inspira preocupação, revelou o comandante operacional.
O número de vítimas mortais do incêndio em Pedrógão Grande subiu esta segunda-feira para 64, informou Carlos Ramos, tenente coronel da GNR, no centro de comando operacional. Não houve atualização do número de feridos.
O balanço anterior apontava para 63 mortos. O novo número de vítimas mortais foi confirmado pelo tenente-coronel da GNR Carlos Ramos aos jornalistas pelas 20:00, sete horas após o último balanço oficial. Nessa altura foram confirmados 62 mortos. Já pelas 17:00, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, disse que um bombeiro voluntário da corporação de Castanheira de Pera tinha morrido no hospital de Coimbra, onde estava internado, aumentando para 63 o número de mortos.
A 64.ª vítima mortal é, segundo Carlos Ramos, um habitante da localidade de Pobrais, no concelho de Pedrógão Grande.
Já em termos de feridos, o último balanço apontava para 135 feridos, entre os quais 121 civis, 13 bombeiros e um militar da GNR. Dos 135 feridos, sete estão em estado grave: cinco bombeiros voluntários e dois civis. Há ainda dezenas de deslocados, estando por calcular o número de casas e viaturas destruídas.
O comandante operacional da Proteção Civil, Elísio Oliveira, informou que 70% do incêndio está dominado, mas os 30% que restam inspiram ainda muita preocupação. "A tarde tem tido situações complexas e obrigado ao confinamento e deslocação de populações", disse Elísio Oliveira.
Segundo este responsável, na zona de Pedrógão Grande há algumas populações que "inspiram cuidado".
O fogo, que deflagrou às 13:43 de sábado, em Escalos Fundeiros, concelho de Pedrógão Grande, alastrou depois aos concelhos vizinhos de Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, no distrito de Leiria, e entrou também no distrito de Castelo Branco, pelo concelho da Sertã.
Presidente visitou postos de comando
O Presidente da República visitou hoje à tarde quatro postos de comando dos bombeiros na zona de Pedrogão Grande e, no final, estava mais esperançado que seria possível controlar os incêndios, que fizeram 64 mortos desde sábado.
Marcelo Rebelo de Sousa estava em Góis, o último posto de comando dos bombeiros que visitou durante a tarde e que o levou a fazer mais de 120 quilómetros entre Avelar (Ansião), Figueiró dos Vinhos, Serra de São Macário (Cernache do Bonjardim) e Góis debaixo de temperatura sempre superior a 35.º Celsius.
"O balanço é genericamente mais positivo do que aquilo que esperava", afirmou Marcelo, gravata preta, semblante algo carregado, que o acompanhou durante o dia, tendo a seu lado a ministra da Administração Interna, Constança Urbana de Sousa, com colete azul e laranja, da Proteção Civil.
A ministra da Administração Interna afirmou aos jornalistas, em Góis, que a "situação está a melhorar", embora, como Marcelo, diga que há muito "trabalho a fazer".
Já com algum sentido de humor, e com algum simbolismo, Rebelo de Sousa contou o caso de "uma senhora teimosa" que, com a sua ajuda, pelo telefone, a presidente da Câmara de Góis, Maria de Lurdes Castanheira, tentou convencer a deixar a sua casa devido ao perigo dos incêndios.



sábado, 17 de junho de 2017

Sem partido nas autárquicas podem chegar aos 150

Parte do artigo
Triunfo de independentes assusta partidos
Texto de Cristina Figueiredo
Ilustração Paulo Buchinho
In
Jornal Expresso nº 2329
pag17

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Concelho de Castro Verde classificado “Reserva da Biosfera da UNESCO”


O concelho de Castro Verde, "um ecossistema humanizado de alto valor natural" situado no Alentejo, foi esta quarta-feira classificado como Reserva da Biosfera da UNESCO, anunciou o município.

Com a classificação conseguida, o concelho de Castro Verde torna-se a 11.ª Reserva da Biosfera e a primeira a sul do rio Tejo, em Portugal, a ser inscrita na Rede Mundial de Reservas da Biosfera da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), refere a Câmara de Castro Verde, num comunicado enviado à agência Lusa.

A candidatura de Castro Verde, no distrito de Beja, a Reserva da Biosfera foi aprovada esta quarta-feira, em Paris, pelo Conselho Internacional de Coordenação do Programa "O Homem e a Biosfera" ("Man and the Biosphere" - MaB) da UNESCO e que visa classificar áreas territoriais de proteção dos recursos naturais.

A decisão foi tomada e anunciada esta manhã pelo Conselho Internacional de Coordenação do Programa Mab, que está reunido esta semana na sede da UNESCO, em Paris, na sua 29.ª sessão.

Segundo a Câmara de Castro Verde, "o galardão da UNESCO é sinónimo de diferenciação pela qualidade e pela excelência e confere todo um potencial de divulgação e visibilidade mundial" ao concelho.
A candidatura, promovida pelo município de Castro Verde, pela Associação de Agricultores do Campo Branco e pela Liga para a Proteção da Natureza (LPN), tinha sido entregue na UNESCO em setembro de 2016, após ter merecido o parecer positivo do Comité Nacional do programa MaB e a subscrição do Estado Português.

De acordo com a autarquia, a candidatura teve por base o facto de o concelho de Castro Verde ser "um ecossistema humanizado de alto valor natural, fruto de um trabalho contínuo de há várias décadas".
O trabalho, que envolveu a comunidade e entidades locais, mas também regionais e nacionais com intervenção no território, permitiu obter "resultados ao nível da preservação da biodiversidade e dos valores naturais, culturais e paisagísticos, que conferem ao concelho uma diversidade única e específica" e tem "visado encontrar formas de valorizar, incrementar e divulgar o território, contribuindo para o desenvolvimento local".

Castro Verde é um ecossistema "onde a compatibilização da atividade agrícola com a conservação da paisagem e da natureza se tem traduzido na manutenção da maior área da estepe cerealífera, criada por práticas centenárias de uma agricultura extensiva, que levou à formação de um riquíssimo mosaico de habitat", onde existem, entre outras espécies, aves como a abetarda, o sisão e o peneireiro-das-torres, frisa o município.

"Esta simbiose entre o homem e o meio que o envolve tem definido aquilo que é a maneira de ser e de estar e afirma uma identidade que é uma marca de Castro Verde", refere a autarquia.

O processo de candidatura começou em 2013 e contou com "um forte envolvimento da comunidade e entidades do território", lembra o município, sublinhado que a classificação do concelho como Reserva da Biosfera da UNESCO "trará novos desafios e potenciará uma dinâmica local e de trabalho em rede", tendo por base o plano de ação definido e que assenta em seis eixos.

Agroecossistema sustentável, soluções locais para a desertificação e o clima, natureza e cultura: desafios e oportunidades, conhecimento e transferência do saber, redes de cooperação e participação comunitária e identidade e promoção são os eixos do plano.

Na Rede Mundial de Reservas da Biosfera da UNESCO já estão inscritas 11 reservas portuguesas: Paul do Boquilobo, ilhas do Corvo, da Graciosa e das Flores e Fajãs de S. Jorge (Açores), Berlengas (Peniche), Santana (Madeira), as reservas transfronteiriças do Gerês - Xurés, da Meseta Ibérica e do Tejo/Tajo Internacional (Portugal/Espanha) e Castro Verde.

“RECONHECIMENTO INTERNACIONAL DOS VALORES NATURAIS E CULTURAIS” DO PAÍS

A secretária de Estado do Ordenamento do Território e Conservação da Natureza já reagiu com "grande regozijo e contentamento" à classificação de Castro Verde como Reserva da Biosfera.

A decisão "vem reforçar a expressão das Reservas da Biosfera portuguesas que, de 10 passam a 11, e também da participação de Portugal no programa Mab [Man and the Biosphere, Homem e Biosfera, em português]" da entidade internacional, disse à agência Lusa Célia Ramos.

A governante felicitou o município de Castro Verde, a Liga para a Proteção da Natureza (LPN) e a Associação de Agricultores de Campo Branco, subscritores da candidatura, e realçou tratar-se de "mais um reconhecimento internacional, desta vez com o timbre da UNESCO, dos valores naturais e culturais" do país.

Esta classificação permite a Castro Verde associar-se à marca de Reserva da Biosfera e integrar a Rede Nacional das Reservas da Biosfera de Portugal, onde já estão as outras 10, e concorrer ao projeto EEA Grants que ascende a 3,3 milhões de euros para financiar projetos de tratamento dos habitats, para a comunicação interna e externa e para a sensibilização.

Com esta marca, é possível em Castro Verde, como já é no Tejo Internacional ou no Parque Nacional da Peneda Gerês ou Paul do Boquilobo, que foi a primeira em Portugal, "comunicar além fronteiras e, a partir dai, ter um maior retorno" através dos produtos locais e da visitação, por exemplo, defendeu a secretária de Estado.

A decisão da UNESCO significa, além do reconhecimento do trabalho realizado, acrescentou, "uma grande dimensão de autoestima para aquela parcela do Alentejo, que soube durante todos estes anos desenvolver atividades em harmonia com os habitats e produziu um habitat excecional com um conjunto de espécies que são simbólicas e únicas".

"Estamos verdadeiramente convictos que é possível alicerçar todo um processo de desenvolvimento [baseado em] valores e recursos do território, simbólicos, distintivos e únicos, como é o caso deste sistema em torno dos cereais de sequeiro e, pontualmente, de alguma azinheira e montando, nesta região de Castro Verde", realçou Célia Ramos. E recordou que a classificação da UNESCO é também um compromisso de quem apresenta a candidatura de manter este valor e se possível melhorá-lo através de um plano de ação que é avaliado de 10 em 10 anos.

Esta reserva biosfera vem juntar-se às 10 que Portugal já tem no total das 669 existentes em 120 países, quatro das quais nos Açores (Corvo, Flores, Graciosa, Fajãs de São Jorge), uma na Madeira (Santana), três são transfronteiriças (Geres-Xurês, Meseta Ibérica, Tejo Internacional), além das Berlengas e do Paul do Boquilobo.


As reservas portuguesas abrangem três regiões biogeográficas (Mediterrânica, Atlântica e Macaronésia) e diferentes tipos de ecossistemas, desde os insulares nas Regiões da Macaronésia e no mar Atlântico, zonas húmidas do Tejo (Paul do Boquilobo e Tejo Internacional) e zonas montanhosas e vales do Norte no continente.

terça-feira, 13 de junho de 2017

Estou a ficar com mau feitio ….peço desculpa! - "CRÓNICA"


Começo por reconhecer que estou a ficar com mau feitio. Não sei se é da idade, se de alguma fragilidade na saúde que se tem acentuado ultimamente ou se é mesmo mau feitio intrínseco que apenas agora começo a reconhecer.

Feita esta nota introdutória de “mea culpa” vamos ao motivo que me levou a que recentemente esse mau feitio voltasse a manifestar-se.

No passado fim de semana fui dar uma volta ao Algarve para aproveitar estes primeiros dias de calor desfrutando  da beira mar e da gastronomia, antes que estivesse demasiado caótico e com as enchentes normais dos meses de verão.

Vai daí comecei na sexta-feira à noite por procurar um restaurante em Olhão na zona do mercado, acompanhado por uma amiga e um amigo. Não podia ter escolhido pior local. Não pela qualidade dos restaurantes ou da comida sobre os quais apenas posso falar daquele onde acabei por jantar, mas pelo comportamento transversal a quase todos, que fez “instalar-se “ em mim “urticaria comportamental” e “comichão no céu da boca”.

Resumindo fez vir ao de cima o meu mau feitio. Os empregados de mesa, donos, chefes de mesa e demais gente do ramo, demonstraram de forma absolutamente agressiva e sistemática a sua vontade de angariar clientes. Em inglês, francês alemão e por fim em português foram tentando impingir-nos as suas ementas, a qualidade do seu serviço metendo-nos pelos olhos dentro ementas, menus, recomendações, preços. O dito mau feitio manifestou-se informando todos os que nos iam rodeando, que para mim este tipo de abordagem tinha o efeito contrario ao pretendido, que não era inglês, nem alemão, nem francês, que sabia ler … enfim que por favor não me chateassem.

Finalmente acabei por escolher o único restaurante da rua que não nos tentou “engatar” nem “embrogliar”.  Comemos bem, serviço simples e bom, nem foi extraordinariamente caro. Mas os primeiros 15 minutos de massacre quase me estragaram o jantar.  Este tipo de comportamento nos restaurantes em particular e no comércio em geral que de certa forma se tem vindo a generalizar é na minha opinião penalizador na imagem do nosso comércio e para o turismo em geral. Ou não será? Eu pelo menos penso assim. Ou será do meu mau feitio. Se for esse o caso peço desculpa.

Encontro Mineiro de São Domingos


Nos dias 9 e 10 de junho decorreu na Mina de são Domingos mais uma edição do Encontro Mineiro de São Domingos.
O programa do evento que já vai na sua 6ª edição integrou a Conferencia “A Faixa Piritosa Ibérica – Presente e Futuros” que incluiu a apresentação da 2.ª fase da obra de requalificação do parque mineiro de S. Domingos com a presença do Secretário de Estado da Energia Jorge Seguro Sanches; a apresentação da exposição e livro “Carvão de Aço” de Adriano Miranda patente até 29 de junho no Cineteatro da Mina de S. Domingos; a caminhada noturna “Noites Brancas na Rota do Minério” com observação de estrelas na Achada do Gamo; a Missa de Homenagem aos Mineiros, a atividade Mãos na Massa entre outras.


Idosos de Mértola navegam na Ria Formosa


A Câmara Municipal de Mértola promove nos dias 28 e 29 de junho um passeio de barco pela Ria Formosa, destinado aos reformados, pensionistas e idosos do concelho.

A viagem de barco tem como objetivo proporcionar um dia diferente, com muito convívio e animação, assim como dar a conhecer uma das zonas mais bonitas do Algarve.

Um dos momentos mais aguardados do ano, que proporciona aos participantes momentos diferentes de diversão entre si, num ambiente descontraído, propício à partilha de experiências e vivências.

As inscrições decorrem até dia 20 de junho, nas juntas de freguesia do concelho.


in 
Site Oficial da Câmara Municipal de Mértola

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Combater o despovoamento


Tal como prometido continuamos a apresentar os nossos colaboradores residentes. Desta vez é o Jorge Pulido Valente que nos apresenta um artigo de opinião com o titulo "Combater o Despovoamento". Para a semana termos um outro artigo com o titulo "Economia Circular, o que é?"
Carlos Viegas

O despovoamento do interior de todo o país e não apenas do Alentejo resulta, da inexistência, ao longo de todos estes anos, de políticas de desenvolvimento regional e de um centralismo absurdo de Lisboa. Não fossem as autarquias e o panorama seria certamente ainda muito mais negro.

Este é antes de mais um problema de política, de ideologia, de respeito pelos princípios da subsidariedade, da descentralização e da governação multinivel.

Do meu ponto de vista, sem a criação das regiões administrativas e políticas, nível intermédio de governação inexistente em Portugal (ao contrário do que acontece na maioria dos países europeus), nunca iremos ter políticas públicas de desenvolvimento regional devidamente ajustadas aos territórios e potenciadoras dos recursos endógenos para o desenvolvimento, nem uma governação integrada, que permita a coerência, convergência e coordenação das intervenções das diversas áreas setoriais num mesmo território. Em alternativa, poderiam, em parte, as comunidades intermunicipais desempenhar esse papel, mas infelizmente a perspetiva localista da maioria dos autarcas e a miopia político partidária sempre foram e serão impeditivos de que isso aconteça. Seria preciso conseguir alinhar objetivos e coordenar e fazer convergir estratégias e ações a nível supramunicipal e interregional.

Para estancar a sangria populacional e, progressivamente, inverter esta tendência demográfica será necessário criar uma estrutura sócio económica que sustente o emprego e a criação de mercado e de riqueza, condições indispensáveis para a fixação de pessoas, para a estruturação de uma rede urbano rural e para a sustentabilidade económica dos territórios. Os projetos estruturantes, de interesse nacional mas localizados em determinada região, de que são bons exemplos, no Alentejo, o Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva, o Porto de Sines e as explorações mineiras de Castro Verde, Almodovar e Aljustrel, são peças chave nestes processos, pelo que aportam de dinamização económica e criação de emprego, assente nos principais recursos endógenos.

Mas o problema é mais complicado nos concelhos periféricos a este tipo de investimentos, sujeitos a forças centrípetas dos polos económicos e urbanos mais fortes, nos quais é preciso identificar a vocação económica estruturante e desenvolver, com forte financiamento público dos FC, da administração central e local, projetos que criem a dinâmica económica e de atração de investimento indispensáveis, em áreas como, por exemplo, a agricultura em extensivo, o turismo e a economia social.

Neste último caso, será também necessário adotar medidas que favoreçam a deslocalização dos potenciais utentes dos equipamentos sociais sobrelotados dos grandes centros para as suas terras de origem, nomeadamente, através da criação de redes de respostas diversificadas, empregadoras de gente nova e dinamizadoras das economias locais e de serviços de proximidade.
Simultaneamente, é indispensável dispor de redes de transportes públicos e privados que assegurem a mobilidade urbano rural e garantir um nível máximo possível de atendimento dos diversos serviços públicos, muito especialmente, nas áreas das comunicações, saúde, educação e justiça.

Jorge Pulido Valente

Resultados Casting MÉRTOLA ESTÁ NA MODA edição júnior


A Câmara Municipal de Mértola e a Associação de Empresários do Vale do Guadiana vêm, desde já, agradecer a participação, disponibilidade e boa disposição manifestada por todos(as) os 50 inscritos(as) na fase de Casting da iniciativa Mértola Está Na Moda.
 
Perante a grande adesão e qualidade de todos(as) os participantes e, porque para todos(as) há um papel a desempenhar em prol da promoção dos recursos, produtos e potencialidades  do concelho, foi decidido pelo colectivo do júri, criar dois grupos de seleccionados(as), distinguindo-se nuns a expressividade e capacidade de comunicação perante a câmara fotográfica e noutros o à vontade,  singularidade e empatia da sua presença ao vivo.
 

segunda-feira, 5 de junho de 2017

I Encontro Mineiro de São Domingos


A Fundação Serrão Martins e a Câmara Municipal de Mértola promovem nos dias 9 e 10 de junho o VI Encontro Mineiro de S. Domingos, uma iniciativa que celebra, com um programa de atividades diversificado, a herança e as tradições da aldeia mineira.

O programa do primeiro dia do encontro mineiro inclui uma visita ao complexo industrial, a conferência “A Faixa Piritosa Ibérica – Presente e futuro”, a apresentação do livro e da exposição de fotografia “Carvão do aço”, de Adriano Miranda e o anúncio do lançamento da 2.ª fase da obra de requalificação do parque mineiro de s. Domingos. No dia 10, sábado, o programa inicia com uma missa em honra dos antigos mineiros, a que se segue a iniciativa “Mãos na massa” e um baile tradicional.


O Encontro Mineiro conta com a colaboração da Associação Vidas com Garra, Dark Sky Alqueva, Empresa de Desenvolvimento Mineiro, Paróquia de Mértola, Junta de Freguesia de Corte do Pinto e Roteiro das Minas e Pontos de Interesse Mineiro e Geológico de Portugal.

domingo, 4 de junho de 2017

Canoagem - Campeonato Nacional de Esperanças


Disputou-se hoje em Óis da Ribeira a segunda prova do Campeonato Nacional de Esperanças. O Clube Náutico de Mértola fez-se representar tendo alcançado os seguintes resultados:

C2 Cadetes
Diogo Godinho/Miguel Batista – 4º Lugar
Mário Bento/Rafael Gomes – 7º Lugar

K1 Cadetes
Henrique Domingos – 18º Lugar

Coletivamente o Clube de Mértola classificou-se em 24º Lugar.

PS Mértola apresenta cabeças de Lista



O Partido Socialista de Mértola apresentou ontem com o Salão dos Bombeiros de Mértola completamente cheio os Cabeças de Lista ás eleições autárquicas de Outubro.Os candidatos apresentados são:

Câmara Municipal - Jorge Rosa
Assembleia Municipal - Mário Martins
Freguesia de Alcaria Ruiva - Joaquim Pires
Corte Pinto - Ricardo Godinho
Espírito Santo - Cláudia Arsénio
Mértola - Luís Madeira
Santana de Cambas - Rui Colaço
São João dos Caldeireiros - Cláudia Almeida
U.F.S.Miguel,São Pedro,São Sebastião-António Peleija

A minha terra


Alarga-se hoje a participação no Blogue - Mértola . Conseguimos convencer uma jovem da minha geração com muito mais inclinação para a escrita do que eu a participar assiduamente neste espaço deliciando-nos com as suas palavras, as suas descrições fantásticas, com o seu humor e com o seu espírito de observação. Celeste Contente faz-nos companhia regular começando hoje com um poema cujo tema é Mértola.   

                                        

  A minha terra
Myrtilis.
Martulah.
Mértola.
Talvez nascida em honra de alguma deusa.
Talvez...
A minha terra já falou latim e árabe e outros falares do mundo.
As marés traziam o cheiro de outras terras na subida do rio,
Os barcos traziam mais e diferentes pessoas e saberes
Era porto importante de troca de negócios e de ideias.
Quantos amores foram embalados nas águas do rio,
Quantos amores foram apartados pelas águas do rio.
Quantas mouras encantadas se desencantaram…
Altaneira, orgulhosa da sua beleza
Como se fosse uma rainha com o castelo por coroa,
O branco das casas sobre os ombros como um manto,
Os pés a descansar nas águas brandas do Guadiana.
Sob a luz do sol poente refulge, dourada.
Na noite, enigmática e mágica cintila qual Camelot do rei Artur.
Quente. Muito quente,
Abrasa no verão de dias longos quase irrespiráveis
Sob o sol impiedoso.
Nas ruas, nem bafo de vento nem vivalma.
À tarde, ameniza-se o calor no refresco,
Na esplanada com amigos.
 No inverno, sabe a chá quente tomado no aconchego do lar.
Cheira a eucalipto e a felicidade à chegada.
Cheira a saudade quando a partida aperta o coração
Quem visita a minha terra fica preso na beleza da paisagem
No silêncio do rio
Na magia da história.
Eu? Estou presa por toda a eternidade
No abraço do castelo, na bênção da mesquita e no embalo do Guadiana.

Celeste Contente